quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Aparecida do Norte – Dez/08


Na imagem, uma foto do velário que fica na basílica nova.

Chega a ser difícil começar a escrever sobre isso. Sinceramente. Por um motivo muito simples: religião é sempre um assunto complicado. E, quando o assunto em voga é justamente a igreja católica, o “buraco fica mais embaixo”.
Todos sabem que sou ferrenho detrator da igreja católica. Isso não implica em minhas crenças sobre algo maior, ou o que a maioria prefere chamar de Deus. O que eu não concordo, não aceito de forma alguma é a lavagem cerebral que a igreja católica implica a seus seguidores. E, visitar Aparecida apenas fortaleceu isso em mim.
A primeira impressão que fica ao se chegar a região onde fica a basílica é o espanto. Ok, todos sabemos que aquela coisa é imensa, mas só estando de frente a ela é que se tem noção do tamanho daquilo. E, estando em frente a ela, a coisa complica. Prq aí nós percebemos o tamanho não só da basílica, mas também do estacionamento, de todo o terreno envolvido na construção do complexo, da parte do shopping. Enfim. A sensação real que fica é de MEGALOMANIA. E foi aí que começou meu mal estar.
Pude ficar coisa de uma hora sozinho, andando ali pela região, conforme eu escolhi e para onde. A primeira coisa que percebi facilmente foi a intenção da construção. A basílica ao centro daquele gigantesco terreno, com dois semi arcos a sua volta, delimitando a área do estacionamento, quase como se fossem dois “braços” saindo da mesma. Impossível não se sentir ínfimo diante daquela grandeza. Aí, fica muito fácil de vc sentir a intenção do “abraço divino diante de sua imensidão” A basílica e os arcos assumem um papel de algo imensamente maior, a abraçar os que chegam. Vc desce de seu carro, se sente recepcionado, e imediatamente colocado em sua posição de verme existencial. Entrando na basílica, percebemos facilmente o show que é criado ali dentro. Há pequenos telões espalhados por toda sua extensão, para que a transmissão da missa possa ser feita a todos os setores da mesma. Aqui cabe dizer que existe uma TV Aparecida, que sinceramente não sei exatamente do que se trata sua programação. Acredito que valha o comentário também de que, a 1ª impressão ao passar a entrada da basílica, é de se estar entrando em uma espécie de bingo. Vc entra, e mais uma vz se sente ínfimo diante da altura das cúpulas da basílica que, diga-se de passagem, não tem absolutamente NADA de mais.
Continuando a “excursão da fé”, a próxima coisa que impressiona muito é ala das graças alcançadas. Um salão enorme, com imagens, fotos e figuras que representam graças de todos os tipos alcançadas por fiéis. Impossível não pensar em uma espécie de museu, e até mesmo em um açougue. Sim, açougue, pois é incrível a quantidade de pedaços de gente que existe pendurado ali. Ok, são feitos de parafina, representam graças alcançadas provavelmente em decorrência de alguma doença curada naqueles membros. Mas convenhamos que deixar pendurado várias pernas, braços, cabeças não é a imagem mais agradável do mundo. Imaginei aquilo com uma iluminação apropriada, e a cena de terror absoluto que poderia ter sido feita ali. Mas, não é de se estranhar a forma de manutenção disso, já que a igreja católica foi responsável por inúmeras mortes grotescas de pessoas através dos séculos, inclusive com esquartejamentos. Talves manter aquele monte de pedaços de gente ali os faça lembrar da carnificina empregada aos índios nativos da América quando aqui chegaram na época das colonizações. E outra coisa que ninguém cogitou: a sala dos milagres ficam no alto da torre que também serve de mirante, a sala das graças fica no subsolo da igreja. Ou seja, peguem a metáfora: o divino no auto, o humano praticamente enterrado. Sugestivo, não? ¬¬
O terceiro item que chama a atenção é a quantidade de lojas que existem ali. Lojas que vendem de tudo, tudo! Chegando ao absurdo de se encontrar um terço feito de olho grego (o0) e imagens de cultura oriental. Mas claro que vc encontra bonecos do Chaves, camisas e mais camisas de times de futebol e vários brinquedos, tudo extremamente ligados a ótica católica. ¬¬
Mas o item principal acontece no momento em que vc sai daquela parte da cidade e se dirige a parte alta, onde fica a basílica velha. Ali, vc toma contato com a cidade real, e percebe que ela em NADA corresponde a megalomania da região do complexo da fé. A cidade é pobre, super simples. Vc vê que as pessoas são humildes. Ou seja, vc tem uma mina de diamante incrustada num lamaçal. Se vc tem o mínimo de sensibilidade, não consegue passar intacto por isso.

Aí eu me pergunto: e se aquele terreno monstruoso tivesse sido usado para construir casas populares para famílias necessitadas? E se aquele quantidade absurda de pequenos tijolos tivesse sido empregada na construção de algo que realmente ajudasse as pessoas? E se todo o dinheiro envolvido nessa parafernália tivesse sido usado para ajudar vítimas de desastres naturais, por exemplo? Desastres naturais como aqueles que acontecem quando os bancos vão a falência, e nosso governo libera 4 bilhões de reais para ajuda-los, fazendo com que milhares de pessoas percam seus empregos, manja? ¬¬ E se aquela conglomerado desmesurado de lojas tivesse um respaldo econômico na cidade, ajudando a população a ter um pouco mais?

O que me deixa louco de verdade é ver que existe esparramados para vários lugares ali cartazes com pedidos de ajuda. Dentro da igreja, as famosas caixinhas para doação. BANDO DE FILHO DA PUTA DO CARALHO! Vejam o tanto que se gastou na construção dessa merda vazia que serve apenas para alimentar o ego inflado daqueles que se consideram superiores prq usam um manto! Vcs acham mesmo que se existe esse Deus que vcs pregam é isso que ele quer que vcs façam aqui? Vcs acreditam de verdade que a fé é medida através do quanto se gasta e do tamanho de suas construções? Vcs não passam de um bando de hipócritas descarados, TODOS! Escutei o projeto de padre que estava conosco dizer que as graças que vc alcança são compatíveis com o quanto vc gasta lá. Que seria muito mais nobre vc gastar dez reais com um a imagem, que seria revertida em graças a vc, do que bebendo no bar com os amigos. PQP, QUE VONTADE DE PEGAR UM IMBECIL DESSES E CHACOALHAR O CARA ATÉ ELE VIRAR GENTE, POIS NÃO É POSSÍVEL QUE ALGUÉM DOTADO DE CONCIÊNCIA PENSE ASSIM! Comprar uma imagem me reverte uma graça? Capitalista filho de uma puta, a maior parte das pessoas que vc precisa ajudar mal tem dinheiro para comer! Cara, desculpe a forma extremamente grosseira de me expressar, mas isso não desce! De forma ALGUMA!

A verdade é que eu voltei de lá enojado. Aquela hora que fiquei sozinho, andando por lá, fiquei mal, de verdade. Me deu vontade de sair correndo de lá! Se estivesse realmente sozinho, acredito que teria vindo embora naquele momento. Dizem que para se criticar tem que se conhecer. Pois bem, minha família é católica, a família de minha namorada é formada basicamente por “beatas”, entrei no QG deles e posso dizer, usando a palavra que eu evito ao máximo, mas aqui não cabe outra: eu odeio a igreja católica! Seu Deus é um lixo! Ele precisa que vc o tema para que lhe respeite. Ele precisa que vc se ajoelhe diante dele para mostrar sua fé! Seus líderes mandaram matar aquilo que entra em seu caminho. E nenhum dos fiéis enxergam isso! Cara, isso não cabe em meu mundo!

Desculpe o post grosso, mas isso estava entalado aqui. E foda-s e quem se ofendeu com essas palavras. Foda-se MESMO!

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Prq as pessoas escolhem cegar?

Hoje de madrugada, antes de dormir, eu tive uma sensação muito ruim. Como se uma presença totalmente indesejada estivesse rondando minha energia. Eu cheguei a imaginar o que poderia ser. E a hipótese se confirmou hoje no período da tarde.

Uma pessoa que estava me evitando, para usar uma palavra simpática, desde o mês passado resolveu aparecer. E, obviamente que não irei narrar o que aconteceu, mas, como sempre, coisas assim, fora do cotidiano, me colocam a pensar.

Eu cresci recebendo informações de meus pais sobre ética e respeito. Eu amadureci procurando minhas próprias noções do mesmo. Eu comecei a encarar a vida buscando uma forma de lapidar todas essas informações, e compilar o que de melhor havia sobre elas. Dessa forma, aos poucos, tropeçando, caindo, errando e levantando, eu acredito que tenha chego naquilo que eu sou hoje. E acredito que o que eu seja hoje bate exatamente com aquilo que meus pais gostariam que eu fosse. Com aquilo que meus amigos gostariam que eu fosse. Com aquilo que EU queria ser. Aquilo que consegue socializar sem precisar mentir ou inventar. Que encara as coisas de frente, sem distorce-las para se tornarem encaráveis. Sem necessidade de “puxar o saco” de ninguém para conseguir o que quero. Com opinião formada, e força para expressa-la e mante-la; ou humildade para assumir que me equivoquei. Resumindo: acredito que tenha chego num ponto onde eu aprendi o que é respeito, ao ponto de conseguir uma padronagem de bom nível no trato social.
Por isso tudo que disse é muito complicado para mim aceitar que existam pessoas cegas a um ponto onde começam a destorcer a própria realidade. Começam a acreditar numa mentira criada para o mundo, que torna-se própria. E, cara, não há como não remeter ao nazismo, onde talves o maior propagandista da história disse “uma mentira contada várias vzs torna-se uma realidade” Alguém tem consciência do que é viver uma mentira? Alguém tem consciência real de que o mundo é realmente múltiplo, e que não nos encontraremos na pessoa a nossa frente? Prq, sinceramente, aquela frase que diz “enxergamos no outro aquilo que reconhecemos em nós mesmos” chega a um nível em determinados quadros, que isso se torna patológico! Prq, se vc come merda, vc acredita que todos comem. Se vc dorme 10hs por dia, vc tende a crer que ninguém recupera forças se dormir 6hs. E vc acredita que, se vc aprende a manipular pessoas e idéias, ou se é manipulado diariamente, todos são assim e vivem sob esse prisma. Cara, isso é insano demais para mim! As coisas ganham uma característica extrema onde tudo é de uma simplicidade ímpar. E eu me pergunto o prq disso. Seria tão fácil chegar e dizer “Ok, eu errei. Desculpe, vou mudar isso”. Cara, isso é o princípio da dignidade! Viver em um pedestal que vc mesmo cria para dessa forma se aceitar como aquilo que vc gostaria de ser, não o que vc é, é muito perigoso! Nesse ponto, passa-se a não enxergar mais a realidade que difere de sua fantasia, e então atritos banais começam. Vc se cega a tal ponto que, ao defender sua idéia, vc gira em torno de um mesmo argumento, sem conseguir discorrer sobre outro. E a coisa fica tão absurda que chega ao ponto de se tornar redundante em uma coisa ampla. E tudo acaba por terminar exatamente onde começou: no nada! A culpa nunca é assumida, vc enxerga apenas um argumento, vc perde a noção da abrangência de seus atos, vc enlouquece, se cega e assim inicia a perda total da razão. Para que? Prq? Se o ponto de origem era algo tão simples e corriqueiro. Talves prq a escolha feita em algum ponto ali atrás seja totalmente errada. E, nesse caso em específico, essa é a resposta, pois me foi confidenciada algumas vzs, com muitos exemplos. Se eu entrar aqui num palco onde eu vá dissertar o prq de se ser consciente sobre uma escolha errada e mesmo assim vive-la, terei que cobrar a consulta. :oP

Quando a situação acabou, internamente eu me perguntei: Prq se submeter a isso? Prq se submeter a tanta exposição e depreciação pública? Prq manter algo totalmente deteriorado apenas por falta de coragem em mudar? Prq escolher cegar e quase amputar? E o pior, para que me envolver e me usar de bode expiatório para isso? Prq depositar em mim e em meu nome todas as angústias de suas escolhas? Prq transformar minha imagem na figura do carrasco, e transformar minha história em cadafalso? Talves prq, bem lá no fundo, naquele local que ninguém tem acesso, vc saiba que vive uma mentira. Talves ali, onde só vc chegue, vc se reconheça covarde diante de suas escolhas passadas. Mas tudo bem, eu não me ofendo com isso. Quando crescemos, se isso for real, aprendemos a lidar com os menores de forma altruísta. Aprendemos que diferenças existem, e jamais usamos as mesmas para sobrepujar aquele que nos ataca. Aprendemos que ao errar, temos a chance de aprender; e ao ver alguém errar, temos a chance ensinar. Mas principalmente, aprendemos que não precisamos derrubar ou pisar em ninguém para chegarmos cada vz mais alto. Que não é rebaixando alguém que conseguimos elevação. Viver é muito fácil e prático. Basta apenas que se tenha coragem e força para tal.

E como comentário pessoal e final, esse personagem de “semi flagelado da seca tentando a vida na metrópole” cansa! Além de ser ridícula para quem conhece a realidade. A bilateral, só para lembrar.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Após 15 dias, dormir!

Pois é, primeira noite em 16 dias em que eu dormi 6hs seguidas. Estava precisando.
Mas acredito que no fim das contas tenha valido a pena. Lamento sim as transmissões não terem sido completas (maldição de quem vive apenas com os canais abertos), lamento a escassez completa de medalhas brasileiras, lamento a extrema atenção que a delegação brasileira recebeu, não dando espaço para outras, logo, para outros esportes. Como por exemplo o baseball, que era sua última aparição em jogos olímpicos e, para amantes do esporte, algo importante. Mas, a final do basquete masculino entre EUA e Espanha praticamente valeu por todos os 15 dias! A muito tempo eu não via um jogo, fosse qual fosse o esporte, tão acirrado e belo de se assistir. Isso deixou uma certeza em minha cabeça: para as próximas, preciso de uma TV por assinatura! :o)

Mas falando mais seriamente agora, achei interessante ver várias pessoas, na TV ou aqui fora, discutindo acerca da participação brasileira. Alguns dizendo que foi boa, outros tantos esculachando. A verdade é que tudo o que eu ouvi girou em torno de três itens básicos: a falta de incentivos aos atletas, o excesso de atenção ao futebol e a pressão que os atletas sofrem na hora do “vamuver”.
Sinceramente, não sei em que creditar a culpa. Vi muitos se revoltarem com a seleção masculina de vôlei, e pouco depois voltando atrás, por gratidão ao que eles fizeram durante os últimos oito anos. Ok, em partes há uma verdade nisso. Mas, não vamos esquecer que eles tinham uma meta. Muito ambiciosa, é verdade, mas se eles próprios colocaram isso como meta particular desse grupo, é prq se enxergavam capazes de: serem bicampeões da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Não conseguiram. Perderam os respectivos bis para a seleção americana.
Fracasso? Em determinada ótica de análise sim, já que havia um plano para tal. Mas, como classificar de fracasso a lista enorme de títulos que conseguiram, na busca desses dois bicampeonatos? Nesse ponto eu me questionei sobre esse aspecto do “fracasso”. Ricardo e Emanuel, por exemplo, eram a dupla mais do que favorita para trazerem um ouro. Ficaram com o bronze, e se emocionaram por isso. Ricardo tem agora, em Olimpíadas, uma de cada metal. Cabe uma classificação de fracasso a campanha deles? Jadel Gregório, que segundo ele mesmo, disputou praticamente nada esse ano, se preparando para as Olimpíadas, já que tinha o 2º melhor salto do ano. Terminou em sexto, se desculpando entre lágrimas.
Nesse ponto eu redireciono minhas análises particulares: os atletas, assim como Jadel e Diego Hypólito por exemplo, pediram desculpas entre lágrimas. Desculpas a quem? A quem esses atletas pedem suas desculpas, em seu íntimo, naquele momento após suas derrotas pessoais? Talves a sua família, talves a amigos. Talves ao público em geral, ao país como um todo que formava sua torcida. Talves ao patrocinador. Sinceramente? Acredito que a única desculpa cabível aqui seria ao patrocinador. A família e amigos, também certamente, não se importaram se veio uma medalha de ouro ou uma participação esquecível. O povo brasileiro, eu sua grande maioria, lhe desprendeu um grandessíssimo foda-se durante suas competições. Pare dez pessoas nas ruas e pergunte quem é Jadel Gregório ou Diego Hypólito, daqui dois meses, para ver se alguém acerta a resposta. Quem acertar a resposta, acredito que tenha ficado frustrado no momento, mas depois essa “necessidade” de desculpas tenha simplesmente desaparecido. Digo isso pois foi o que aconteceu comigo, e me considero um grande amante do esporte como um todo.

Minha opinião sobre isso é que o Brasil jamais será um país Olímpico. O governo não investe, o povo não se interessa, os atletas acabam por se preocupar mais com suas carreiras do que com a representação patriótica (por motivos óbvios). Não adianta sonhar com o dia em que veremos uma postura como a de Kobe Bryant, melhor jogador da seleção americana de basquete (leiam talves o jogador mais importante dentro do país, já que é o melhor do esporte nacional), ao dizer: “Quando ganho um título com meu clube é uma conquista minha. Quando ganho uma medalha Olímpica é uma conquista do país.”, pois isso jamais acontecerá. Alguém consegue imaginar Kaká fazendo isso? Não há como, convenhamos. Da mesma forma que não podemos sonhar com posturas como a do governo chinês e britânico, por exemplo. A China não era uma potência olímpica até a penúltima olimpíada. Mas, sabedores que organizariam a próxima, já na citada ficaram em segundo lugar, e isso fruto de um preparo que já havia sido iniciado para que ganhassem a próxima, em casa. Criaram um projeto onde investiu-se em modalidades de pouca visibilidade, mas que distribuíam muitas medalhas. Resultado: venceram de forma primorosa. E isso é o que o governo britânico fez: investiu no ciclismo, modalidade sem muita procura, mas que distribui muitas medalhas. Ganharam várias e conseguiram um honroso 4º lugar, dessa forma já se preparando para a Olimpíada seguinte, em sua casa. Essa é uma postura que nosso país jamais tomará. Mesmo prq, com o total despreparo de todas as áreas relacionadas ao esporte Olímpico nesse país, seria preciso muito tempo até que algum resultado substancial fosse visto. Isso faz com que os atletas que conseguem um destaque acabem agindo quase que independentemente. Lutam por si. Trabalham por si. Conseguem patrocínios por si mesmos. Acabam tendo jornadas solitárias e conquistas, quando realizadas, também solitárias. Mas, impreterivelmente, se emocionam ao subir ao podium. Espírito olímpico, meu amigo. Patriotismo que existe dentro de todos, e apenas alguns conseguem mante-lo vivo, e ainda exterioriza-lo algumas vzs. Tudo isso cessa qualquer esperança que um amante do esporte como eu possa ter de ver o país sendo algo relevante numa Olimpíada.

A única verdade disso tudo é que foram quinze dias de muito sono acumulado, uma dose enorme de frustração, umas poucas alegrias, e uma certeza: se vc gosta de esportes, aprenda a gostar dele como um todo. E tenha uma TV por assinatura!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

A pior insônia é aquela que nasce da frustração


Sim, chorei. Não tenho vergonha de admitir, chorei mesmo. Da mesma forma que me emocionei quando César Ciello ganhou o ouro, hoje rendi-me novamente. Mas hoje, bem ao oposto do citado inicial, com um gosto desgraçadamente amargo na boca. Um gosto amargo como a muito não sentia. E tenho que confessar que isso é estranho. Me perguntei muito o prq de estar sentindo isso hoje. Do prq de eu me dedicar tanto a colocar minhas energias nessa torcida inócua, que a cada dia mais apenas me mostra que não terei nenhum retorno disso. Alias, que retorno uma torcida possui? Qual a alegria que se sente com a vitória alheia?

Passei a noite acordado. Prq, ao contrário daquele patriotismo “Global”, que só assiste e se interessa pelo Brasil, eu gosto sim de ver todo e qualquer esporte, com disputas entre todo e qualquer país. Mas essa noite, além do início dos momentos finais que a Olimpíada entra, tinha muitos atrativos nacionais. Eu tinha em mente que, ao finalizar mais essa jornada, estaria com um grande sorriso no rosto, com uma medalha de ouro quase certa, uma de bronze quase certa, e mais três que, não importando o metal, certamente viriam também, no hipismo, no salto triplo e na vela. Passei a noite acordado. Descansei apenas das 6h30 as 8h, que foi o período em que as duas emissoras que pegam aqui em casa não transmitiram nada. E, as 12h30, quando a tal jornada havia acabado, eu estava num estado até estranho de relatar. Pois praticamente NADA daquilo que esperava aconteceu.

Aí começam os questionamentos, as ponderações sobre e a cerca de. A principal: prq eu ainda mantenho esse interesse por algo que, em meu país, é tido como perda de tempo, e as emissoras abertas sequer se preocupam em fazer uma transmissão decente? Prq ainda mantenho o interesse quase cego por algo que sei que não ganharei nada com isso, nem mesmo o prazer de me felicitar com as conquistas alheias? Talves pelo fato de, acima de ser um esportista frustrado, eu me identifique demais com tudo aquilo. No momento em que a Marta bateu aquela bola para fora, já na prorrogação, e depois virou-se dizendo “meu Deus, o que eu fiz de errado?”, ali eu desmontei de vz. Prq já me questionei inúmeras vzs, da mesma forma. Diante de uma situação que eu tanto lutei para conseguir, insisti até as últimas conseqüências, e tudo o que eu conseguia era ver alguém conquistando o que deveria ser meu. Talves o erro esteja aí, achar que algo era meu. O que eu tenho de melhor que aquela pessoa que ganhou o que deveria ser minha recompensa? Mas, a verdade, é que isso gera sim uma identificação em mim. E, talves lá no fundo do meu ser, essa torcida que emprego nesses momentos, que chega a ser até ridicularizada por tantos que me conhecem, seja apenas uma representação do que eu gostaria de ter a mim. Tenho certeza que não estou conseguindo me expressar, mas confesso, está muito difícil de engolir as decepções de hoje.

Sim, eu deveria dar um foda-se para isso. Afinal, não perdi nada, assim como não ganharia nada se eles ou elas tivessem ganho algo. Mas isso que disse acima é uma verdade muito grande para mim. Talves a Globo não transmita nada além da apresentação dos brasileiros para assim não termos com o que comparar o nosso desempenho. Pois, ao ver os brasileiros competindo, fica nítido os anos-luz que separam nossos atletas do escalão do primeiro mundo. Talves ela nos “prive” de sentir essa frustração que estou sentindo hoje. Talves ela queira, como disse no início das Olimpíadas, despertar um patriotismo em todos nós. Mas, definitivamente, não será através do esporte que isso acontecerá. Pois, acima de ver tantos e tantos nadarem e morrerem na praia, é muito mais difícil presenciar uma luta tão árdua nada conseguir. E é duro pois, ao desligar a televisão, nos lembramos que nossa situação aqui em nada difere daquele momento. Nada aqui, do outro lado da TV, traz uma melhora em relação ao quesito frustração.
Ao desligar a TV, o cidadão comum volta a realidade, aquela de “matar um Leão por dia”. E vendo aqueles que deveriam ser ídolos, chorando caídos de joelhos, certamente se sentem da mesma forma.

Quantas “medalhas” vc já ganhou em sua vida? Quantos já torceram por vc? Quantas vzs vc se viu treinando, treinando e treinando, e no fim acabou “em quarto, esbarrando no bronze”? Quantas vzs vc quis chorar de raiva por algo que tanto queria e escorregou pelos seus dedos? Quantas vzs vc não entendeu o prq daquilo? Quantas vzs vc perdeu? Quantas ganhou? E dentre essas, qual realmente valorizou?

Essa noite eu vou dormir. E acordar as 7h30 para tomar minha dose diária de esperança.

Ou frustração.

Na verdade, o que é fode é aquele amarelo!




Sabe, aquele maldito amarelo “canarinho” de nossa belíssima seleção de futebol masculino? Então, é esse mesmo.Inacreditável. Não vejo outra palavra para descrever o papelão desse infame grupo de “Zé ruelas” que entraram em campo hoje para jogar a semi-final das olimpíadas. Aquela que é considerada a maior seleção de futebol do mundo, a que possue os melhores jogadores, a mais vencedora, se resumindo a mediocridade de passar 55min apenas se defendendo, dando apenas um enfadonho chute ao gol. Esperando o adversário, que não era qualquer um e sim a poderosa Argentina, vir para cima para, teoricamente, arriscar um contra-ataque. Sem comentários!

Isso pode parecer apenas um desabafo de um torcedor que mais uma vz acordou mais cedo ou se deslocou para frente de uma televisão para assistir essa vergonha proporcionada pela seleção. Mas não é. Analisemos a situação. Como conhecemos nossa seleção de futebol? Apenas por “seleção”. Seleção pode ser de futebol, basquete, vôlei, handebol, tênis de mesa, pebolim, videogame, qualquer merda. Qualquer coisa que se faça um selecionado de jogadores é uma seleção. Mas, como nessa bosta de país, a única coisa que nos interessa é o maldito futebol, nossa seleção de futebol tornou-se “a seleção”. Talves isso tenha se originado nos primeiros títulos, onde realmente a coletividade de esportes, num âmbito mundial, era menor, e o futebol tinha sim uma visibilidade maior. E, tendo essa visibilidade maior, num país onde nada acontecia, não se possuía auto estima, não se havia noção de patriotismo, ter um título mundial, e pouco depois três, e assim sendo a maior esquadra do mundo, causou um estado. Estado este onde iniciou-se uma alienação tão grande que o orgulho de ser o melhor num esporte passou a ser parâmetro de comparação! Por causa do maldito futebol, que aposenta jogadores com 30, 35 anos, essa idade passou a ser base para qualquer setor! Nesse país cretino, uma pessoa de 40 anos é velha, e isso apenas por causa do futebol! Esse povo medíocre, que não consegue desassociar mais nada da ótica futebolística, alienou-se através dos anos.As pessoas (na verdade animais selvagens em forma humana) se mobilizam para ir a centros de treinamento e aeroportos, por exemplo, protestar contra derrotas de seus times do coração. Mas não mechem uma palha para atacar os governantes, que botam em nossos rabos todos os dias! Gritam, xingam, protestam por causa de uma goleada para o rival, mas não falam um A quando aumenta a gasolina, a inflação cresce e é camuflada e por aí vai. Claro, afinal, o único orgulho do país é o futebol. A única coisa que faz esse lixo de povinho se olhar no espelho e se sentir vencedor de algo são as conquistas de nosso futebol.

O pior, na visão do momento, é que vemos inúmeros atletas se fodendo para conseguir um resultadozinho medíocre aqui, uma classificaçãozinha ali, sem apoio, sem incentivo, sem patrocínio, apenas prq todas as visões estão voltadas para o maldito futebol! Quantos atletas gostariam de ganhar um décimo do que ganha um Ronaldinho ou um Alexandre Pato (que é um pato mesmo, pois amarelou legal na hora do “vamuver”), e assim ter condição de crescer naquilo que faz. E o que esses filhosdaputa fazem? Dirigidos por um arremedo de treinador, que não tem idéia do que está fazendo lá, entram em campo para ficar brincando de treino “ataque contra defesa”, e jogam fora uma classificação. Uma classificação para disputar um título que não temos. Aí eu pergunto: como se considerar tão foda se não consegue ganhar um dos mais importantes títulos mundiais? Como uma seleção pode se auto-considerar a maior se não consegue, de modo algum, ganhar essa famigerada medalha de ouro olímpica?Mas o mais triste nisso é enxergar que muito provavelmente a seleção feminina levará esse título. E aí? O que a CBF fará? Como o povo reagirá diante disso? Obviamente, como mais um. Pois não foi o Fenômeno, nem o Imperador, Nem o Gaúcho que trouxe a medalha. E as coisas para elas continuarão tão difíceis como para qualquer outro esporte.

A mediocridade desse país mais uma vz foi exaltada hoje. O esporte que rouba os olhares e investimentos de todos os outros, mais uma vz sucumbiu de cabeça baixa diante de seu fracasso. A empáfia de jogadores que se consideram imbatíveis mais uma vz mostrou ao mundo o prq desse país não ter o respeito de ninguém mundo afora. E, graças a esses imprestáveis que não conseguem ganhar um título, e estão pouco se fodendo para isso, o cidadão comum, assim como eu e vc que está lendo, continuará na merda, geração após geração. Afinal, não jogamos futebol. E nem tivemos nossa dose de ópio alienante de hoje.

O que fode é aquele verde...


Domingo, 06h50 da manhã, eu acordava para assistir a final da ginástica artística por aparelhos. A Atração: Diego Hypólito no solo, uma das maiores certezas de medalha de ouro do país nessas olimpíadas. E, alguns minutos depois, eu estava deitado no sofá, com as mãos na cabeça, completamente desacreditado do que eu tinha visto. Nosso melhor ginasta, o melhor do mundo na atualidade na modalidade, havia caído sentado. Assim como Jade Barbosa, medalhista no mundial no salto, caiu de joelhos na saída de seu primeiro salto. E para finalizar Daiane dos Santos, que repete Atenas e pisa fora do tablado duas vzs.Mais uma vz esse ano eu via um grupo de brasileiros “amarelar”. João Derly, bicampeão mundial de judô, caiu na segunda luta. Rogério Correia, também campeão mundial, caiu na primeira luta. Voltou na repescagem e caiu novamente. Tiago Camilo, campeão mundial e pan-americano, ambos com sete ypons, caiu na segunda luta. Voltou para repescagem e ao menos ele o bronze conquistou.Thiago Pereira, seis medalhas de ouro no pan-americano não ganhou nada.E, quando o atleta não “amarela”, somem com o equipamento dele, como fizeram com Fabiana Murer ontem, que levaram seu equipamento para o galpão entre os equipamentos das atletas desclassificadas. Deu que nossa representante, também certeza de medalha, nada conseguiu.

Sinceramente, não consigo entender o prq disso acontecer. Sinceramente. Todos dizem que tudo é culpa da pressão que os atletas sofrem. Eu sempre me pergunto como seria essa pressão. E a Mel fez um comentário que acredito dê formas a esse contesto: “um atleta brasileiro é quase como um músico brasileiro. Ninguém valoriza, ninguém apóia. Para as pessoas, vc é um músico ou esportista prq não tem mais o que fazer da vida. É o vagabundo querendo ganhar a vida facilmente”. Fato. Comentário perfeito. Pois a verdade é exatamente essa! Quem tenta um caminho nessas áreas convive permanentemente com a depreciação das pessoas. Com a falta de apoio. Com cobranças de coisas que sabemos não são reais. E isso acontece até mesmo com quem é do mesmo meio! “Prq vc não arruma um emprego?” Porra, eu sou professor! Eu tenho um emprego! “Vc ainda ta dando aulas ou está fazendo algo sério?” Caralho, meus alunos agora são palhaços? “Vc ainda ta tocando? Mas vc não trabalha?” Ow filhodaputa, assume uma banda profissional e vai ver se isso não da mais trabalho que seu cargo num escritório!

A verdade é que uma olimpíada para um atleta brasileiro é como um ponto limite. Consiga a sua vaga, tenha êxito, e aí TALVES vc consigo um patrocinador, um bom lugar para treinar, dinheiro para se sentir vencedor. Falhe e diga adeus a qualquer esperança. Michael Phelps ganhou UM MILHÃO DE DÓLARES pelas oito medalhas que conquistou, além do título de maior atleta de todos os tempos, lenda do esporte e ícone nacional. Ielena Isinbaeva recebe CINQUENTA MIL EUROS por cada vz que bate um recorde mundial no salto com vara! Alguém conhece algum brasileiro que recebe alguma cifra considerável para ser um campeão em algo? Confesso que critiquei muito os jogadores do basquete masculino que não quiseram ir para o pré olímpico. Hoje, acho que entendo seus motivos. E os apóio nisso.
Sou músico profissional a oito anos, pois toda minha renda vem da música, do tocar ou do lecionar. Eu sei o tamanho da dificuldade que enfrentamos para conseguir qualquer coisa. Num maldito país onde um lugar para tocar já é algo raro, o que dizer então de cachês? Nunca! Vc acaba se familiarizando com a maldita ótica do “vamos tocar por prazer”, já que ninguém irá pagar mesmo. Isso apenas reforça a total desvalorização da classe.

Culpa de quem? Do governo, que só pensa em seu maldito bem próprio, e não incentiva nada nem ninguém? Desse povinho de merda, que aceita qualquer coisa, não se interessa por nada, não se informa e não possui opinião formada sobre nada? Das empresas que poderiam apoiar, mas não fazem por falta de incentivos fiscais ou retornos rápidos? Dos locais de show e treinamentos, que visam única e exclusivamente seus lucros, explorando o trabalho de quem busca um lugar ao Sol?

Para mim, a culpa é daquela bandeira verde. Daquele “Ordem e Progresso” que ninguém sabe o que significa. Aquela bandeira verde-amarela, onde o verde é a cor da esperança, que no fim das contas é a única coisa com que podemos contar. E aquele amarelo, que é a cor nacional, dos grandes amarelões brasileiros.

Os grandes amarelões, na real, são todos aqueles que acham isso tudo engraçadinho. Ou que não possuem opinião sobre. Ou que sequer tomam conhecimento.

E seguem as Olimpíadas – 1º dia


E segue o “show de transmissão Global”. Eu confesso que tento fazer vista grossa. Aliás, acho que tentei fazer, até ontem. A partir de ontem, o que eu tenho feito é prestado bastante atenção a forma, no mínimo peculiar, com que nossa emissora maior faz suas transmissões.

Ok, a transmissão em si essa noite não teve grandes problemas. Das parte que eu vi, prq não sou de ferro e não consegui varar a noite/madrugada/manhã acordado, pois amanhã tenho show no Manifesto, a única ressalva que eu faço é que demoraram demais para entrar com a transmissão das lutas do judô. A masculina entrou no ar com 10s de atraso, e a feminina com 16s. Sim, é pouco, mas numa luta é tempo suficiente para ela ter acabado. Ou seja, poderíamos ter perdido a luta, mas tudo bem, pois não aconteceu.

Agora, vamos a parte da palhaçada. Assisti aos jogos de vôlei de quadra feminino e praia masculino, assim como uma parte da prova de estrada do ciclismo e uma prova de remo. Então deitei para descansar um pouco, mas deixei a TV ligada. Eu acordava regularmente e escutava algo que dava para pegar, e numa dessas percebi que o basquete feminino havia perdido o jogo na prorrogação. Ok, acordei para ver o jogo de futebol feminino, e aí sim começa a “manipulação do patriotismo”. A comunicação das vitórias do vôlei foi amplamente repetida, mas em MOMENTO ALGUM citaram a derrota do basquete. Ok, é marcação da minha parte, pensei. Vamos dar uma chance. Mas então eles entram com um flash da arena do vôlei de praia, onde a dupla feminina brasileira jogava. E PERDIA por 19 a 16. Deixaram aquela tela dividida entra o vôlei e o futebol, e cortaram a imagem quando faltava um ponto para a dupla da Geórgia fechar o set. Claro, nós não podemos ver nosso querido esporte perdendo... no segundo set, agora já com o Brasil na frente, aí sim, eles mostraram todo o final do set. Ainda com a tela dividida, e só no ponto final colocaram o vôlei como atração principal. Ok, vamos ao set desempate. Nesse momento, com a dupla brasileira dando “um coro” nas adversárias, aí sim, eles passam TODO O FINAL DO SET, INCLUSIVE INTERROMPENDO O FUTEBOL para isso!

Agora eu pergunto: SERÁ QUE SOMENTE EU ENXERGO ISSO? Será que somente eu enxergo essa manipulação de informação, para criar uma sensação de que somos vencedores? Cara, eu vi uma seletiva da natação, não lembro o estilo, onde dois brasileiros disputaram a mesma prova. Chegaram em 7º e 8º (só haviam oito disputando). Obvio, nítido, claro que foi uma participação frustrante, fraca, sem nada a acrescentar. Maaaas... lá estavam os repórteres da Globo para entrevistar os dois na saída da piscina, para lhes perguntar o que significava para eles aquela prova. O que estavam sentindo. Cara! CARA! Sabe aquele lance de sentir vergonha pelos outros? Pois é, foi mais ou menos o que senti por aqueles nadadores. Pois NITIDAMENTE eles não tinham a menor idéia do que responder! O que dizer de bom de uma prova onde vc foi o último? E o pior: naquela necessidade de dizer algo bom, pois ninguém te pararia para ouvir algo ruim, o que havia chego em ÚLTIMO dizia que estava feliz, e ia esperar pelos resultados, para ver se ainda conseguia uma classificação para as semifinais, e depois para as finais, e então brigar por uma medalha para o Brasil! Cara! CARA! Olha o ridículo que a Globo expõe os atletas! Não da para agüentar isso, cara. É ridículo, chega a ver vexatório. E o mais incrível é que ninguém fala nada! Ninguém se manifesta! Ninguém recusa dar uma entrevista! Será que se ali estivesse um repórter da Rede TV por exemplo, aqueles nadadores teriam parado para falar aquele monte de nada que disseram? Duvido, sinceramente.

Se existisse uma atitude de criar um patriotismo real nas pessoas, eu seria o primeiro a defender essa atitude. O problema é que isso é feito através da mente distorcida de quem é responsável pela edição e produção dos programas e transmissões esportivas. Faz-se a coisa de uma forma onde a vitória e somente ela interesse. Aí, quando chega-s e a uma final e acaba por perde-la, seja qual for o esporte, começa aquele discurso de que o que importa é competir, que só por estar ali se merece todos os méritos. Se o que importa é competir realmente, prq as transmissões de torneios internacionais acabam quando o último representante brasileiro é eliminado? Prq apenas a Copa do Mundo é transmitida na íntegra? Como vc pode desenvolver gosto pelos esportes se apenas nossos atletas merecem atenção e, convenhamos, estamos anos luz de sermos potência esportiva? É dessa forma que vamos criar uma consciência, que levará ao patriotismo, e então a uma mudança?

Só na mente distorcida da “poderosa” mesmo...

Como comentário pessoal, digo que me apaixonei pelo ciclismo, prova de estrada. Achei extremamente interessante a forma com que essa prova é disputada, assim como seu ritmo e sua dinâmica. Da mesma forma que em Sidney eu me apaixonei pelo hipismo, dessa vz foi o ciclismo. Pena que rola apenas uma prova por Olímpiada...

Até!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

E começam as Olimpíadas!



Sou um esportista frustrado. SEMPRE quis estar envolvido com o mundo dos esportes, sempre. E, obviamente, esse período de quatro em quatro anos é muito aguardado por mim. Acompanho de verdade quem se classifica, quais as chances de medalhas que o Brasil tem e por aí vai. E a cerimônia de abertura é sempre um momento mágico. Claro, as festividades que cada país sede promove são sempre muito belas, de encher os olhos. Mas, particularmente, o que eu gosto de verdade mesmo é de assistir a entrada das delegações. Acho fantástico ver aquele monte de países que levam dez, cinco, as vzs UM representante. Isso, para mim, é a representação mais pura do espírito Olímpico. Ver esforços solitários de bravos atletas, nesses casos, sempre de países muito pequenos e geralmente pobres, para estar naquilo que é considerado como o ponto mais alto para um atleta. Ao menos é o que deveria ser...

Enfim. Estava eu hoje pela manhã, assistindo a cerimônia, que diga-se foi maravilhosa, de encher os olhos verdadeiramente, quando começa o momento por mim tão esperado. Estava assistindo pela Globo, pela malditadesgraçadaarrombadafilhadeumaputasemmãodéspotamanipuladora Globo. Prq, poderíamos esquecer que a transmissão estava de sentir vergonha, devido a quantidade inútil de informação que era dada. Poderíamos esquecer também o ridículo de ver quatro pessoas fazendo a narração da transmissão, falando ao mesmo tempo, sem ninguém se entender. Poderíamos esquecer também aquele patriotismo de botequim proclamado por Galvão Bueno. O que não dá para ignorar, o que definitivamente não deu para ignorar, foi a palhaçada que essa desgraça em forma de emissora fez ao entrar a delegação brasileira. Prq, após isso, acabou a transmissão! Foi a delegação brasileira entrar e a transmissão virou uma babação de ovo sem tamanho! Quem estava interessado naquela maldita câmera exclusiva da Globo? Quem estava interessado em rever a entrada da delegação brasileira no Ninho de Pássaro?! PQP! TRANSMITAM A ENTRADA DAS DELEGAÇÕES! Cara, eu não acreditei quando eles começaram a mostrar a entrada da delegação brasileira pela maldita câmera exclusiva. O Robert Scheidt, escondido atrás da placa que indica qual país segue, num ângulo onde nossa bandeira não aparecia, apenas por ser a maldita câmera exclusiva! A delegação entra, e tome mais câmera exclusiva, mostrando o Robert levando a bandeira para o centro, naquele passo de tartaruga, no meio de uma puta multidão, enquanto o mundo passava pela pista principal. E se não bastasse, ainda REPETEM a entrada da delegação! Replay de entrada de delegação é o fim! Maaaas... quando vc acha que nada pode piorar, eis que a filhadaputa da Globo, com aquela mania desgraçada de querer se passar por íntima de todos os grandes do país, e naquele momento os atletas eram grandes, começam a falar com alguns deles, lá embaixo, no meio da multidão, através de celular! o0 Cara, a coisa mais patética que já vi! Uma conexão péssima, onde praticamente só se ouvia estática, com os atletas mal ouvindo o arrombado do Galvão fazendo aquelas perguntas sem sentido algum. Qual a intenção disso? Pois a única coisa que conseguiram foi acabar com a transmissão. E acredito que quem curte esporte de verdade concorda comigo. Eu todo feliz, vendo a delegação da Finlândia entrar, e a maldita corta para o Jadel Gregório no celular. Foi a gota! Mudei para a Band, que mesmo com uma imagem muito ruim, pois a recepção aqui em casa é péssima, ao menos estava fazendo a transmissão real da coisa!

Esse patriotismo vazio da Globo me irrita profundamente. Não há sentido nessas atitudes. Enfiar o Brasil na cabeça das pessoas não é sinal de patriotismo, mas sim de lavagem cerebral! Só existe o Brasil lá? Só nos interessa o Brasil? Acredito que um amante de esportes queira ver disputas, a competição de verdade, e não ficar babando ovo para os brasileiros. Obvio que vamos torcer por eles, mas acima de tudo iremos torcer pelo esporte! Ficar mostrando apenas os nossos atletas não nos fará mais patriotas. Ouvir uma conversa sem sentido entre Galvão e Giba não acrescenta nada a ninguém! E essa maldita atitude de nos fazer assistir somente ao que ELES ACHAM CERTO me irrita profundamente. A mim e a mais um monte de gente que conheço. Mas, um dia esse “império” chamado Rede Globo acabará, como todo bom império. Só espero estar vivo para me felicitar com isso.

Até!