sábado, 8 de dezembro de 2012

Paradise Lost – Carioca Club – 08/12

Trabalho: reportagem
Mídia Credenciada: Hard'n Heavy
Bandas: Paradise Lost (Inglaterra)

(Foto: Leandro Pena)

Uma noite inesquecível! Certamente foi essa a sensação que todos os presentes ao Carioca Club carregaram consigo na saída desse show. Quatro anos se passaram sem que a banda aportasse em nossas terras. A última vez havia sido na turnê do álbum In Requiem, em 2008. Desde então, a banda lançou dois álbuns. Porém, o penúltimo – Faith Divide Us, Death Unite Us – não teve datas agendadas no Brasil para sua divulgação. Logo, os fãs da banda estavam órfãos de dois álbuns. Situação que gerou também uma expectativa que aqui pudesse ser executado um set list diferenciado, privilegiando algumas músicas ou até mesmo mais longo que o que vinha sendo executado regularmente. A verdade é que o Carioca teve sua lotação praticamente total, com o público chegando “em cima” do horário anunciado. E, com pouquíssimos minutos de atraso, talvez menos de dez, os quatro anos de atraso começaram a ser anulados.

O primeiro a irromper o palco foi o novato da banda, Adrian Erlandsson (bateria). Logo na sequência vieram Aaron Aedy (guitarra), Steven Edmondson (baixo), Gregor Mackintosh (guitarra) e por fim Nick Holmes (vocal) que, saudando o público, deu início ao show. E, o que todos tiveram, foi uma viagem por quase todas as fases da banda. Sim, quase todas, pois a época mais “eletrônica/experimetal” da banda, com os álbuns Believe in Nothing e Host são, normalmente, “esquecidos” na montagem dos sets. Assim como desta vez também não tivemos nada dos álbuns Lost Paradise, Gothic e Paradise Lost. Porém, o show teve início com uma das melhores músicas dó clássico álbum Icon, Widow. Que seguiu-se de uma do mais recente trabalho, Tragic Idol, a música Honesty in Death. E mais velharia, essa para pular um pouco: Erased. A recepção do público não poderia ser melhor para esse início de show, onde o que tínhamos no palco é aquilo que todo fã de Paradise Lost já se acostumou: palco escuro, pouca comunicação de Nick, e o bangear clássico de Greg e Aaron nos cantos do palco. O show seguiu-se com a única música do histórico álbum Draconian Times, Enchantment. Uma pena ter apenas uma música desse álbum. Talvez pelo fato da recente tour onde executaram o álbum na íntegra, ele esteja sendo menos priorizado na formação do set. Mesmo assim, uma pena. Soul Courageous trouxe mais alguns anos passados ao show. Na sequência, mais uma do mais recente álbum, In This We Dwell, uma verdadeira pancada digna de se quebrar o pescoço! E, para balancear, a primeira do In Requiem, Praise Lamented Shade, provavelmente a música mais calma do set. Na sequência, duas do álbum Shades of God, que completou vinte anos em 2012: Pity the Sadness e a clássica As I Die. E então uma das mais esperadas e ovacionadas por todos os presentes: o já hino do homônimo álbum, One Second. Linda, sem mais! Seguindo, a que também da nome a um álbum, o último, Tragic Idol. Mais uma do In Requien, The Enemy, e então a pausa que indicava que teríamos apenas mais quatro músicas. A banda volta, o sampler inicial do Icon pode ser ouvido, o que indica que Embers Fire será ouvida. E então, um dos mais poderosos finais de show que pude presenciar nos últimos tempos: Fear of Impending Hell, música que foi a escolhida para ser o último vídeo clip da banda; Faith Divide us - Death Unite us, que já pode ser considerada uma das melhores músicas da banda, de uma força inexplicável! E a também já clássica e derradeira Say Just Words. E assim, a lacuna de quatro anos estava encerrada.

Foi um show espetacular, sem exageros. Nem mesmo o problema técnico nos PAs no final de Fear of Impending Hell, que fez a música terminar praticamente apenas com uma guitarra e bateria, e que se estendeu para o início de Faith Divide us; nem mesmo a banda estar nitidamente cansada da longa viagem realizada; e até mesmo Nick Holmes, que definitivamente não é mais o mesmo, entrando adiantado em algumas passagens, chamando música pelo nome errado no momento da falha nos PAs, e até o nítido andamento mais lento das músicas chegou a comprometer algo. Acredito até que muitos sequer chegaram a perceber isso. Pois a energia produzida ali foi tamanha, que foi difícil não encontrar alguém com expressão de êxtase ao final do show. E é incrível como o Paradise Lost consegue, com tão pouco em termos de produção e até mesmo presença de palco, fazer um show inesquecível e poderoso. Uma mágica para poucos! Que todos os fãs, certamente, esperam que não se repita novamente quatro anos para ser apreciada.

Link da matéria:
http://hardandheavy.com.br/ptbr/?p=2773