quinta-feira, 28 de abril de 2011

W.O.A. Metal Battle 2011 - Seletiva São Paulo - Manifesto Bar

Aconteceu na noite fria do dia 28/04 a etapa Paulista do maior embate mundial de bandas, que garante ao vencedor de cada país envolvido a oportunidade de se apresentar no maior festival de Metal do mundo: o Wacken Open Air. Primeiramente, gostaria de citar um fato que percebi: incrível o número de pessoas que vivem o Heavy Metal aqui em SP que não fazem idéia do que seja esse evento. Chega a ser triste ter contato com isso. Parece que apenas as bandas se importam com este que é, fácil, o maior evento no calendário de bandas fora dos holofotes do main stream. Outra coisa triste a ressaltar: organizadores continuam pensando numa frequência que apenas as cabeças distorcidas deles entendem. Fazer algo assim, numa quinta-feira, e ainda ter o despeito de atrasar uma hora e meia chega ser ridículo! Isso, para mim, soa quase como a corroboração da máxima que diz que “todo músico é vagabundo”. Afinal, nessa ótica, ninguém precisa acordar cedo no dia seguinte para trabalhar ou estudar, não é? Coisas de Brasil. Mesmo com isso, o público na casa podia ser considerado grande. As bandas conseguiram mobilizar seus amigos e fãs, e o que todos viram ali foi algo nítido: o Metal nacional continua vivo, vigoroso, atuante e muito bom!

As bandas indicadas para a disputa por SP foram: Innervate (Doom Metal), Woslom (Thrash Metal), Furia Inc. (Thrash Metal), HellArise (Death Metal) e Red Front (Grindcore). Confesso minha praticamente total ignorância em relação a elas até o momento de suas apresentações. E fico muito feliz em dizer que todas deixaram uma impressão deveras forte e positiva em mim. Todas as cinco bandas fizeram apresentações extremamente competentes, mostrando músicos coesos e com uma energia em cima do palco poucas vezes vista antes! Fosse qual fosse a banda no palco, tendo seu público particular ou não, todas levantaram o público, como um digno festival de Metal.


A banda responsável por abrir a noite (como já citado, com uma hora e meia de atraso) foi a Innervate, atual projeto do grande Pedro Salles, idealizador do mítico Avec Tristesse. Com um Dark/Doom incrível, trabalhado e criativo, esta foi a banda que musicalmente mais me impressionou na noite. Contando ainda com o onipresente André Ataíde na bateria (Imminent Attack, Eternal Malediction entre outras centenas!), a banda fez seu debut em palcos com uma apresentação competentíssima. Se mantiverem essa linha, o mundo os aguarda!


Na sequência, a pancadaria desenfreada do Woslom. Mostrando que o Thrash continua vivo e forte, os caras detonaram um vigor impressionante na meia hora de palco que tiveram direito. Fiquei estupefato com a presença de palco do guitar Rafael Iak, um verdadeiro Tsunami das seis cordas! Esses já estão prontos para ganhar o mundo.


Fazendo exatamente a metade da noite, o Furia Inc. subiu ao palco certamente com o maior público do local. E eu admito que tenho um certo receio com bandas que mobilizam muito público em festivais desse porte. Ainda mais quando no meio do show o vocalista agradece ao produtor, que está entre o público. “Excesso de profissionalismo” nesses eventos, no Brasil, carrega uma alcunha meio negativa. Entretanto, a banda mostrou um som muito poderoso e coeso, porém sem grandes novidades. Um show mediano.


Logo após sobe ao palco as meninas do HellArise. Metal extremo competente, de ótimas composições, temperado pelo fato de a banda contar apenas com mulheres em seu line up. O diferencial que Angela Gossow eternizou, as meninas elevaram ao limiar. Apresentação vigorosa, com nítido destaque para a vocalista Flavia Morniëtári, um verdadeiro demônio ruivo atrás do microfone!


Fechando a noite, o Red Front. E aqui tenho que dizer: o inferno subiu a Terra e tomou conta do Manifesto por meia hora. Impressionante a apresentação desses caras. De uma força e um vigor de calar a boca de muita banda gringa! O vocalista Leo e o guitar Oscar tiveram o público nas mãos todo o tempo, público este que transformou aquele pequeno espaço a frente do palco, como disse Leo antes da última música, numa “praça de guerra”. Nesse momento, Oscar desceu à pista, separou o público em duas partes, voltou ao palco e então a roda começou, lembrando aquelas cenas épicas de batalhas medievais. Outro momento a ressaltar foi quando a dupla citada levou ao centro do palco um boneco com a reprodução do rosto do Pe Lanza, vocalista da banda Restart. Após um breve discurso, jogaram o boneco para o público, para que este pudesse “brincar” com o dito. Não preciso dizer que em menos de cinco minutos não havia nem história do boneco para ser contada, não é mesmo? Devastador é a palavra que melhor me ocorre para definir essa apresentação.


Os vencedores da seletiva, claramente, foram os caras do Red Front. Segundo a organização, na votação mais acirrada da história do evento. Mas os vencedores da noite, sem sombra de dúvida, foram todos os Head Bangers que compareceram ao local, numa noite de quinta-feira, fria e chuvosa, e presenciaram uma noite de celebração. Uma noite para calar a boca de qualquer um que disser que o Metal nacional está em coma.




http://www.myspace.com/innervateofficial
http://www.myspace.com/woslom
http://www.myspace.com/furiainc
http://www.hellarise.com
http://www.myspace.com/bandaredfront

sábado, 9 de abril de 2011

Muse – Estádio do Morumbi – 09/04/11


Abertura de luxo para esse que foi o maior espetáculo já presenciado por mim. O U2 provou que aprendeu a fazer mega shows, e que realmente não é exagerado o título dado por alguns de melhor banda do mundo. Em termos musicais, discordo veementemente, mas em termos visuais, ao vivo, são imbatíveis. E quem teve a honra de fazer parte dessa festa dessa vez foi o Muse, uma das melhores bandas surgidas na última década. Quando essa tour foi anunciada, cheguei a ver muita gente dizendo que iria apenas para ver o Muse. Como naquele momento eu desconhecia o trabalho deles, como um todo, cheguei a considerar exagero. Mas, após conhecer a fundo todos os seus álbuns, percebi que os comentários eram plenamente aceitáveis! O Muse é uma grande banda, de três músicos extremamente competentes no que se propõe, e que demonstraram uma energia incrível no palco! Ok, suas músicas são ótimas, e seu show deve ser muito bom. Mas, naquele palco do U2, com aquele telão, aquela estrutura toda podendo ser usada por eles também, tudo isso deu um up incrível em sua apresentação. E o que tivemos foi, como disse na abertura da resenha, uma abertura de luxo!
Como já é comum hoje em dia, todos nós vamos para os shows já cientes do que (provavelmente) ouviremos. Os repertórios de shows anteriores das tours são facilmente encontrados na internet hoje. E o Muse “quebrou as patas” dos metidos a espertinhos ou ansiosos (me incluo nessa), pois mudaram metade do set list de seu último show na América do Sul, realizado na Argentina. Subiram no palco e já começaram a “quebrar tudo” mandando Uprising, uma das melhores e mais fortes músicas de seu repertório. Incrível início de show! Na sequência, a 1ª mudança, que me deixou extremamente feliz: Stockholm Symdrome. Música extremamente forte, pesada, com uma pegada incrível, e que ficou ainda mais forte ao vivo! Após essa, vieram com Supermassive Black Hole e então um breve trecho de Colateral Damage, que deu a introdução para United States of Eurasia. Lindo, um dos melhores momentos do show. Após essa, mais uma mudança no set: Interlude/Hysteria, grande música! Na sequência, Starlight, que também ficou linda ao vivo. Mais uma mudança: Plug in Baby. Essa, em minha opinião, poderia ter sido deixada de lado, e alguma mais forte e popular colocada em seu lugar. Continuando, uma intro na gaita, de clima meio soturno, e então vinham os Knights of Cydonia par encerrar essa apresentação.
Para mim, ficou uma ótima impressão, de uma banda super competente tanto em estúdio como ao vivo. Um grande show, coeso, forte, divertido, que causou excelente impressão nos fãs, e deixou uma curiosidade positiva em quem ainda não os conhecia. Nitidamente, uma grande escolha feita pelo U2, que apenas abrilhantou mais ainda essa noite, e certamente toda a tour.