sábado, 6 de fevereiro de 2010

Iced Earth – Via Funchal – 06/02/10



5000 caracteres não serão suficientes para descrever o que foi essa noite. Nem para mim, nem para o público, nem para eles. Uma comunhão como a muito eu não via aconteceu, aliás, não só essa noite, como essa semana. Afinal, desde o show do Metallica, exatamente uma semana atrás, percebe-se fortemente que o público brasileiro aprendeu a desenvolver um magnetismo provavelmente único em dias de show. A expressão do Kirk ao final do show do Metallica não era nada diferente das expressões durante todo o show nos rostos de Matt Barlow e Jon Schaffer. Êxtase, como dificilmente vemos em bandas. A alegria de estar ali tocando. Claro, sempre haverá os “pau-no-cu” que irão dizer que isso acontece prq os caras são uns merdas, que não tem público, que brasileiro valoriza demais tudo o que vem de fora e mimimi. FUCKOFF, asshole! Não tem culhão para estar presente nessas celebrações, não tem o espírito headbanger correndo nas veias, limite-se a calar-se! Só quem vive isso e comparece nesses momentos para saber a energia que envolve tudo! Mas vamos ao show.

Apenas quinze minutos de atraso, e podia-se ouvir a intro de álbum The Crucible of Man, último trabalho de estúdio dos caras. In Sacred Flames, que trouxe emendada Behold the Wicked Child. Sem respirar, também emendadas, Burning Times e Declaration Day, e nesse momento já era visível o tamanho da felicidade que estampava o rosto de Jon Schaffer. Um dos inícios de shows mais devastadores que já vi, três músicas, sendo um classicasso, emendadas, sem tempo de respirar ou entender o que acontecia ali! Aí, finalmente, A banda da uma respirada e Barlow fala com o público pela 1ª vz na noite. E nesse momento pode-se perceber também em suas feições o tamanho da alegria que estava sentindo de estar ali. E então, o 1° momento arrasa quarteirão da noite: Violate – e aqui cabe o comentário: ou o Brent não está mais no melhor dos seus dias, ou o bumbo esquerdo dele estava com o microfone zuado, pois aquela metralhadora que ouvimos constantemente no Alive in Athens, que é ele mesmo que produz, não se ouviu dessa vz. Em nenhuma música, diga-se. – seguida de Pure Evil. Destruidor! Nesse momento meu pescoço já tinha “virado a cara” para mim novamente, mas como eu já estava brigado com ele desde o Metallica, nem liguei! :oP
Mais uma pausa, um belo discurso de Matt, e mais um clássico: Melancholy. Engraçado ver a dinâmica das coisas quando da execução ao vivo. Quem conhece, e até mesmo pelo nome, sabe que essa música tem uma pegada triste, densa. Porém, no refrão, a pista inteira (inclusive eu) pulava como se a música fosse das mais alegres! Particularmente, eu trocava facilmente essa por Watching Over me, e mais a frente eu percebi que não apenas eu faria isso... Mais um breve discurso de Matt, e eis que vem não a música, mas o workshop de vocal Dracula. INACREDITÁVEL o que Barlow faz nessa música! De deixar qualquer um de queixo caído! Pensei que meus pulmões fossem explodir nesse momento. :o) Ten Thousand Strong veio para mostrar que as músicas da fase do Ripper cabem facilmente na voz de Matt. Na sequência, um momento curios: Stormrider cantada pelo Schaffer! E não é que o tiozão manda bem nos vocais também?! ;o) Barlow volta ao palco, faz uma graça sobre Jon ter cantado, e chama The Hunter. E na sequência, o 2° momento arrasa quarteirão do show, e particularmente o mais esperado por mim: a trilogia de Something Wicked – Prophecy, Birth of the Wicked, The Coming Curse. DESTRUIDORAMENTE LINDO! Sem palavras, sonho de adolescente realizado!
Pausa para o bis, este que vos fala corre para o banheiro para um mínimo de hidratação, pois eu já estava num estado deplorável, e eis que eles voltam com Dark Saga, emendada na A Questiono f Heaven. Confesso que essa última me arrancou lágrimas. E, novamente sem deixar tempo para respirar, My Own Savior. Nesse momento, abri uma roda comigo mesmo e finalizei qualquer arremedo de musculatura intacta que ainda existia nas minhas costas e no meu pescoço! AVASSALADORA! Mais um breve discurso de Barlow, onde ele fesz questão de enfatizar que todas as expectativas da banda foram superadas em muito pelo público brasileiro, e eis que ele pede para que todos agitassem e cantassem ao máximo a última música: Iced mother fucking Earth! Destruição total! E o sonho tão esperado chegava ao fim.

Ficou nítido que eles subestimaram o público brasileiro. O palco não tinha absolutamente NADA, nem mesmo um pano de fundo. Não trouxeram as músicas que exigiam sampler, nem o tecladista de apoio. Porém, na pausa do bnis, quando toda a pista entoou o refrão de Watching Over me, acredito que eles tenham percebido que precisem voltar rápido para ca! E dessa vz, para um show ainda melhor. Se é que isso é possível!