Pois é, primeira noite em 16 dias em que eu dormi 6hs seguidas. Estava precisando.
Mas acredito que no fim das contas tenha valido a pena. Lamento sim as transmissões não terem sido completas (maldição de quem vive apenas com os canais abertos), lamento a escassez completa de medalhas brasileiras, lamento a extrema atenção que a delegação brasileira recebeu, não dando espaço para outras, logo, para outros esportes. Como por exemplo o baseball, que era sua última aparição em jogos olímpicos e, para amantes do esporte, algo importante. Mas, a final do basquete masculino entre EUA e Espanha praticamente valeu por todos os 15 dias! A muito tempo eu não via um jogo, fosse qual fosse o esporte, tão acirrado e belo de se assistir. Isso deixou uma certeza em minha cabeça: para as próximas, preciso de uma TV por assinatura! :o)
Mas falando mais seriamente agora, achei interessante ver várias pessoas, na TV ou aqui fora, discutindo acerca da participação brasileira. Alguns dizendo que foi boa, outros tantos esculachando. A verdade é que tudo o que eu ouvi girou em torno de três itens básicos: a falta de incentivos aos atletas, o excesso de atenção ao futebol e a pressão que os atletas sofrem na hora do “vamuver”.
Sinceramente, não sei em que creditar a culpa. Vi muitos se revoltarem com a seleção masculina de vôlei, e pouco depois voltando atrás, por gratidão ao que eles fizeram durante os últimos oito anos. Ok, em partes há uma verdade nisso. Mas, não vamos esquecer que eles tinham uma meta. Muito ambiciosa, é verdade, mas se eles próprios colocaram isso como meta particular desse grupo, é prq se enxergavam capazes de: serem bicampeões da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Não conseguiram. Perderam os respectivos bis para a seleção americana.
Fracasso? Em determinada ótica de análise sim, já que havia um plano para tal. Mas, como classificar de fracasso a lista enorme de títulos que conseguiram, na busca desses dois bicampeonatos? Nesse ponto eu me questionei sobre esse aspecto do “fracasso”. Ricardo e Emanuel, por exemplo, eram a dupla mais do que favorita para trazerem um ouro. Ficaram com o bronze, e se emocionaram por isso. Ricardo tem agora, em Olimpíadas, uma de cada metal. Cabe uma classificação de fracasso a campanha deles? Jadel Gregório, que segundo ele mesmo, disputou praticamente nada esse ano, se preparando para as Olimpíadas, já que tinha o 2º melhor salto do ano. Terminou em sexto, se desculpando entre lágrimas.
Nesse ponto eu redireciono minhas análises particulares: os atletas, assim como Jadel e Diego Hypólito por exemplo, pediram desculpas entre lágrimas. Desculpas a quem? A quem esses atletas pedem suas desculpas, em seu íntimo, naquele momento após suas derrotas pessoais? Talves a sua família, talves a amigos. Talves ao público em geral, ao país como um todo que formava sua torcida. Talves ao patrocinador. Sinceramente? Acredito que a única desculpa cabível aqui seria ao patrocinador. A família e amigos, também certamente, não se importaram se veio uma medalha de ouro ou uma participação esquecível. O povo brasileiro, eu sua grande maioria, lhe desprendeu um grandessíssimo foda-se durante suas competições. Pare dez pessoas nas ruas e pergunte quem é Jadel Gregório ou Diego Hypólito, daqui dois meses, para ver se alguém acerta a resposta. Quem acertar a resposta, acredito que tenha ficado frustrado no momento, mas depois essa “necessidade” de desculpas tenha simplesmente desaparecido. Digo isso pois foi o que aconteceu comigo, e me considero um grande amante do esporte como um todo.
Minha opinião sobre isso é que o Brasil jamais será um país Olímpico. O governo não investe, o povo não se interessa, os atletas acabam por se preocupar mais com suas carreiras do que com a representação patriótica (por motivos óbvios). Não adianta sonhar com o dia em que veremos uma postura como a de Kobe Bryant, melhor jogador da seleção americana de basquete (leiam talves o jogador mais importante dentro do país, já que é o melhor do esporte nacional), ao dizer: “Quando ganho um título com meu clube é uma conquista minha. Quando ganho uma medalha Olímpica é uma conquista do país.”, pois isso jamais acontecerá. Alguém consegue imaginar Kaká fazendo isso? Não há como, convenhamos. Da mesma forma que não podemos sonhar com posturas como a do governo chinês e britânico, por exemplo. A China não era uma potência olímpica até a penúltima olimpíada. Mas, sabedores que organizariam a próxima, já na citada ficaram em segundo lugar, e isso fruto de um preparo que já havia sido iniciado para que ganhassem a próxima, em casa. Criaram um projeto onde investiu-se em modalidades de pouca visibilidade, mas que distribuíam muitas medalhas. Resultado: venceram de forma primorosa. E isso é o que o governo britânico fez: investiu no ciclismo, modalidade sem muita procura, mas que distribui muitas medalhas. Ganharam várias e conseguiram um honroso 4º lugar, dessa forma já se preparando para a Olimpíada seguinte, em sua casa. Essa é uma postura que nosso país jamais tomará. Mesmo prq, com o total despreparo de todas as áreas relacionadas ao esporte Olímpico nesse país, seria preciso muito tempo até que algum resultado substancial fosse visto. Isso faz com que os atletas que conseguem um destaque acabem agindo quase que independentemente. Lutam por si. Trabalham por si. Conseguem patrocínios por si mesmos. Acabam tendo jornadas solitárias e conquistas, quando realizadas, também solitárias. Mas, impreterivelmente, se emocionam ao subir ao podium. Espírito olímpico, meu amigo. Patriotismo que existe dentro de todos, e apenas alguns conseguem mante-lo vivo, e ainda exterioriza-lo algumas vzs. Tudo isso cessa qualquer esperança que um amante do esporte como eu possa ter de ver o país sendo algo relevante numa Olimpíada.
A única verdade disso tudo é que foram quinze dias de muito sono acumulado, uma dose enorme de frustração, umas poucas alegrias, e uma certeza: se vc gosta de esportes, aprenda a gostar dele como um todo. E tenha uma TV por assinatura!
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
E começam as Olimpíadas!
Sou um esportista frustrado. SEMPRE quis estar envolvido com o mundo dos esportes, sempre. E, obviamente, esse período de quatro em quatro anos é muito aguardado por mim. Acompanho de verdade quem se classifica, quais as chances de medalhas que o Brasil tem e por aí vai. E a cerimônia de abertura é sempre um momento mágico. Claro, as festividades que cada país sede promove são sempre muito belas, de encher os olhos. Mas, particularmente, o que eu gosto de verdade mesmo é de assistir a entrada das delegações. Acho fantástico ver aquele monte de países que levam dez, cinco, as vzs UM representante. Isso, para mim, é a representação mais pura do espírito Olímpico. Ver esforços solitários de bravos atletas, nesses casos, sempre de países muito pequenos e geralmente pobres, para estar naquilo que é considerado como o ponto mais alto para um atleta. Ao menos é o que deveria ser...
Enfim. Estava eu hoje pela manhã, assistindo a cerimônia, que diga-se foi maravilhosa, de encher os olhos verdadeiramente, quando começa o momento por mim tão esperado. Estava assistindo pela Globo, pela malditadesgraçadaarrombadafilhadeumaputasemmãodéspotamanipuladora Globo. Prq, poderíamos esquecer que a transmissão estava de sentir vergonha, devido a quantidade inútil de informação que era dada. Poderíamos esquecer também o ridículo de ver quatro pessoas fazendo a narração da transmissão, falando ao mesmo tempo, sem ninguém se entender. Poderíamos esquecer também aquele patriotismo de botequim proclamado por Galvão Bueno. O que não dá para ignorar, o que definitivamente não deu para ignorar, foi a palhaçada que essa desgraça em forma de emissora fez ao entrar a delegação brasileira. Prq, após isso, acabou a transmissão! Foi a delegação brasileira entrar e a transmissão virou uma babação de ovo sem tamanho! Quem estava interessado naquela maldita câmera exclusiva da Globo? Quem estava interessado em rever a entrada da delegação brasileira no Ninho de Pássaro?! PQP! TRANSMITAM A ENTRADA DAS DELEGAÇÕES! Cara, eu não acreditei quando eles começaram a mostrar a entrada da delegação brasileira pela maldita câmera exclusiva. O Robert Scheidt, escondido atrás da placa que indica qual país segue, num ângulo onde nossa bandeira não aparecia, apenas por ser a maldita câmera exclusiva! A delegação entra, e tome mais câmera exclusiva, mostrando o Robert levando a bandeira para o centro, naquele passo de tartaruga, no meio de uma puta multidão, enquanto o mundo passava pela pista principal. E se não bastasse, ainda REPETEM a entrada da delegação! Replay de entrada de delegação é o fim! Maaaas... quando vc acha que nada pode piorar, eis que a filhadaputa da Globo, com aquela mania desgraçada de querer se passar por íntima de todos os grandes do país, e naquele momento os atletas eram grandes, começam a falar com alguns deles, lá embaixo, no meio da multidão, através de celular! o0 Cara, a coisa mais patética que já vi! Uma conexão péssima, onde praticamente só se ouvia estática, com os atletas mal ouvindo o arrombado do Galvão fazendo aquelas perguntas sem sentido algum. Qual a intenção disso? Pois a única coisa que conseguiram foi acabar com a transmissão. E acredito que quem curte esporte de verdade concorda comigo. Eu todo feliz, vendo a delegação da Finlândia entrar, e a maldita corta para o Jadel Gregório no celular. Foi a gota! Mudei para a Band, que mesmo com uma imagem muito ruim, pois a recepção aqui em casa é péssima, ao menos estava fazendo a transmissão real da coisa!
Esse patriotismo vazio da Globo me irrita profundamente. Não há sentido nessas atitudes. Enfiar o Brasil na cabeça das pessoas não é sinal de patriotismo, mas sim de lavagem cerebral! Só existe o Brasil lá? Só nos interessa o Brasil? Acredito que um amante de esportes queira ver disputas, a competição de verdade, e não ficar babando ovo para os brasileiros. Obvio que vamos torcer por eles, mas acima de tudo iremos torcer pelo esporte! Ficar mostrando apenas os nossos atletas não nos fará mais patriotas. Ouvir uma conversa sem sentido entre Galvão e Giba não acrescenta nada a ninguém! E essa maldita atitude de nos fazer assistir somente ao que ELES ACHAM CERTO me irrita profundamente. A mim e a mais um monte de gente que conheço. Mas, um dia esse “império” chamado Rede Globo acabará, como todo bom império. Só espero estar vivo para me felicitar com isso.
Até!
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