domingo, 12 de junho de 2011

The Agonist – Carioca Club (São Paulo) - 12/06

Trabalho: reportagem (Fotos: acervo pessoal)
Mídia Credenciada: Rock Brigade
Bandas: The Agonist (Canadá)

Surpreendente. Positivamente surpreendente. Essa é a primeira expressão que me vem à cabeça ao narrar esse show. O Agonist, banda canadense com uma curta estrada (estão apenas no segundo álbum), chamou a atenção de muitos principalmente pela sua vocalista, a bela Alissa White-Gluz. Um anjo de feições angelicais, que canta igual um demônio, mas com o diferencial de também usar vocais limpos. Acredito a principal questão na cabeça de todos antes do início do show ser “Será que ela canta tudo isso ao vivo, mesmo?”. Um questionamento, aceitemos, pertinente, e que também jogava contra a banda. Aliado a isso, o Agonist ganhou muito espaço entre um público banger mais jovem, o que acabou dando um pejorativo rótulo de “Metal de moleque” a eles. E, o que víamos entre o pequeníssimo público que compareceu ao Carioca Club na noite do dia dos namorados aqui no Brasil acabava por confirmar essas nuvens negras que pairavam sobre a banda.


Entretanto, o que pudemos perceber assim que o show começou foi exatamente o oposto. Música a música, os instrumentistas do Agonist foram mostrando que não são tão “bobinhos” quanto muitos gostariam de acreditar que eles fossem. Mostrando peso, coesão e muita energia, as músicas fluíam perfeitamente. Mas nada ali despertava mais comentários do que, obviamente, a performance de Alissa. Sim, prq desde a primeira música ela demonstrou ser mesmo um monstro dos vocais! Todo aquele gutural que ouvimos nos álbuns em estúdio são executados de forma idêntica ao vivo, assim como os vocais limpos, com a mesma clareza e limpidez. Pude perceber muita gente durante a primeira música se entreolhando e comentando a cerca disso. O embuste que muitos pensaram e até gostariam que fosse ser Alissa White-Gluz, na verdade, não passou de lenda!


O show começou com a música Swan Lake executada em som mecânico. Após ela, a banda foi preenchendo o palco, um a um, num breve improviso com cara de passagem de som relâmpago. E aí sim, o primeiro petardo da noite, The Tempest, e nós tínhamos a tão aguardada presença de Alissa no palco. Seguiran-se Rise and Fall, ... and Their Eulogies Sang me to Sleep e Serendipity, com sua intro lenta e bonitinha. Martyr Art e a mais conhecida deles, que fez o Carioca Club literalmente tremer: Thank You Pain. Paulada de gente grande! When The Bough Breaks, Birds Elope With the Sun, Globus Hystericus, e o que víamos durante a execução de todas elas era que, apesar de pequeno, o público presente estava ensandecido. As rodas aconteciam em todas as músicas, o povo apertado a frente do palco pulava e cantava, numa clara demonstração de que o show estava acertando em cheio! Born Dead Buried Alive, Forget Tomorrow e então uma pausa para que Alissa dividisse o público em duas partes e, ao seu comando, juntassem ambas numa grande roda. E então mandaram Lonely Solipsis. Business Suits and Combat Boots fechou a apresentação, por volta de 70 minutos após seu início. Um show curto, mas de dimensões enormes!


O que fica desse show de mais nítido é o fato da banda não se resumir a Alissa. O Baixista Chris Kells é um furacão no palco, quase impossível vê-lo parado, até mesmo quando está encarregado dos backing vocals. Ao lado do guitarrista Pascal “Paco” Jobin, transformaram o lado direito do palco num tsunami durante todo o show. Danny Marino (também guitarra) se mostrou um pouco mais discreto na primeira metade da apresentação, mas acabou mudando de postura colaborando muito para que o palco estivesse sempre tomado pelas cordas em sua linha de frente. Simon McKay é firme e preciso na bateria, dando o respaldo que o resto da banda precisa para ser o citado tsunami. E Alissa é mesmo uma mulher maravilhosa. De roubar as atenções quando. Mas não apenas por sua beleza, pois se mostrou uma vocalista competentíssima. Comunicativa, porém não carismática, sabe segurar o público. E quando não estava à frente, a interatividade de sua linha de cordas com o público foi perfeita. Resumindo: o Agonist, de “banda de moleque”, não mostrou nada! Fez um showzaço e surpreendeu positivamente a todos que estiveram ali.



Link da matéria, com álbum completo:
http://rockbrigade.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=839:the-agonist-mostrou-que-nao-e-qbanda-de-molequeq-em-sp&catid=4:onstage&Itemid=8

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