sábado, 10 de setembro de 2011

Judas Priest - Arena Anhembi (São Paulo) - 10/09

Trabalho: Reportagem
Mídia Credenciada: Portal do Inferno
Bandas: Judas Priest (Inglaterra)

Tour de despedida. O que vem a mente quando se pensa nisso? Músicas a muito não tocadas? Todos os clássicos possíveis? Uma mega produção? Acredito que tudo isso e mais um pouco. Inclusive o fato de ser apenas marketing, como já nos acostumamos a ver. Anúncios de abandono de estrada se tornaram comuns seguidos de sua volta. E talvez seja esse o fator que tenha levado um número considerável pequeno a Arena Anhembi para essa noite. A produção chegou a oferecer ingressos com desconto, devido a baixa procura pelos mesmos. E sobre isso a única coisa que posso dizer é que, quem pagou para ver a última tour do Judas, se assim mesmo o for, não se decepcionou! Ok, dos itens citados como expectativa, apenas um se confirmou. Mas isso não impediu que a lenda viva realizasse mais uma grande apresentação.


Um grande pano com a capa de Epitaph (último álbum da banda) foi erguido a frente do palco, invertendo-se a lógica do back ground para uma espécie de “front ground”. E este permaneceu esticado a frente do palco quando as primeiras notas se fizeram ouvir. Rapid Fire abriu o show, seguido por Metal Gods. E, até aí, o que víamos era um palco muito bem estruturado, iluminado, abrigando uma banda coesa e gelada. Sim, para mim, o início do show apontava para uma apresentação maçante. Porém, o show parecia começar a pegar ritmo como show no melhor sentido da palavra. E isso realmente se concretizou. Com uma interação perfeita entre banda e telão (situado atrás da bateria de Scott Travis), cada música executada era apresentada com a capa do CD onde a mesma foi gravada. Isso criava um clima de colocação histórica perfeito, até para aqueles que não são fãs a ponto de realizar essa identificação por si. Se não bastasse, aos poucos alguns itens foram aparecendo, como lança-chamas nas laterais do palco, lasers traçantes que surgiam e davam um ar de futurismo a apresentação e canhões de fumaça.


A cada nova música percebia-se mais o cuidado com a produção do espetáculo propriamente dito que a banda teve. Halford aparecia constantemente com um novo figurino, trocando os mesmos várias vezes durante as quase duas horas de show. Jaquetas, coletes, sobre-tudos, sempre muito brilhantes e chamativos, como já é costume a muitos anos. O show ganhava força até que, em Starbreaker houve um erro grotesco na intro por alguns segundos. Erro este que acredito a maioria esmagadora de quem esteve ali mal percebeu ou lembra-se, pois a banda, com o profissionalismo que lhe é peculiar, agiu como se nada tivesse acontecido. Um erro muito parecido voltou a acontecer em The Sentinel. E prq citar esses erros? Prq talvez tenham sido os únicos nessa apresentação. É fato que Halford já não tem mais aquela voz, que sua potência mal chega a metade do que foi a uns anos atrás. Mas ele é Rob halford. E mesmo num mal dia, canta e sempre cantará mais que muitos vocalistas por aí. E sendo isso, implicitamente carrega a alcunha de um dos maiores frontmans da história, sem precisar fazer muito para ter milhares de pessoas em suas mãos. Até mesmo o fato de não cantar Breaking the Law a coisa de uma década acaba jogando a seu favor no palco. Passou de algo estranho para um momento esperado. Assim como a histórica entrada com sua Harley Davidson, momento que antecede Hell Bent for Leather. Ok, a imagem de Halford todo de couro, com aquele quepe, dando chicotadinhas na moto chega a ser... deveras homosex! Mas, assim como todo o resto citado, já passou a fazer parte dos momentos esperados.


E falando em momentos esperados, acredito nenhum ser mais do que o solo de bateria de Scott, que todos sabem ser a intro para Painkiller, talvez o maior clássico da história do Heavy Metal. A reação do público é impar nesse momento. Logo atrás de mim abriu-se uma roda, e eu pude ver o tamanho do sorriso em todos que nela estavam! Quantas bandas no mundo são capazes de causar uma roda onde as pessoas não estão lá para se socar? E, como que programado, poucos minutos após a meia noite a banda executa Living After Midnight, que indicava o final do show.


O que fica de mais marcante do show é sem dúvida alguma a extrema produção do mesmo. A incrível precisão na condução das músicas que Scott apresenta, fazendo até mesmo os grandes momentos de Painkiller soarem como se qualquer iniciante pudesse executar. Aquela mesma formatação, usada a anos, com a cozinha socada ao fundo, as guitarras ao lado e Halford indo para onde bem entender. E este ainda sendo um Deus do Metal, mesmo sem metade da potência que já teve. E, para quem consegue colocar bom humor nas situações, ele está mais diva do que nunca! E mesmo assim, muito mais “macho” que muito Black Metaller de corpse paint por aí.



Link da matéria:
http://www.portaldoinferno.com.br/reviews/reviews-shows/1232-judas-priest-e-whitesnake-arena-anhembi-sao-paulosp.html#.Ui_9FH9XpnU

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