domingo, 30 de outubro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Immortal – Carioca Club – 18/10

Reportagem cedida ao site Portal do Inferno.
Banda: Immortal (Noruega)


(Foto: Henrique Pimentel)

Immortal.

Essa resenha poderia acabar com apenas essa palavra. Immortal. Prq acredito que não exista alguém no meio Metal que não conheça essa banda. Iniciados no Black Metal ou não, impossível nunca ter cruzado num site da vida com alguma imagem hilária da lenda Abbath. E sim, ele É uma lenda! Uma lenda viva, atuante, e que foi capaz de levar para o Carioca Club, numa terça-feira, após a semana em que mais tivemos shows no ano, a lotação máxima da casa. Immortal. Aquela banda que dispensa comentários maiores, finalmente estava em nossas terras.

O show, inicialmente marcado para as 21h, atrasou exatos 45 minutos. Mas, o que poderia ser algo muito criticado, dado horário e dia da situação, acabou se tornando algo positivo. Enquanto a fila não terminou de entrar, o show não foi iniciado. Ponto para o respeito aos fãs! Já dentro da casa, o que víamos no palco era uma bateria enorme bem ao centro, e dois microfones posicionados nas laterais. Um background que mal podia ser visto. E desde sempre, muita fumaça no palco. E aqui, mais um ponto positivo para a produção: a fumaça, que geralmente atrapalha a visão do palco, dessa vez contribuiu positivamente para criar um clima gélido em quem olhava para ele. Toda aquela fumaça, combinada com uma iluminação predominantemente azulada por 80% do tempo do show certamente remeteu todos as letras congeladas das músicas. Acrescenta-se a isso o clima naturalmente gelado que dominava a noite paulistana naquele dia, e tudo estava perfeito para que o Immortal tomasse de assalto o palco. E foi exatamente o que fizeram.

All Shall Fall abriu a noite, que já trouxe na sequência Sons of the Northern Darkness, música do álbum homônimo, e que certamente é o maior clássico da banda. Fortemente aceita pelo público, a reação foi inflamada. Como aliás, em quase todo o set. Por exatos 1h30 o que se viu foi um trio de, literalmente, muito peso e carisma. Aqui, um ponto negativo: o som estava muito alto, o que fez todo o set soar embolado e confuso. Não ao ponto de tornar as músicas imperceptíveis, mas ao ponto de atrapalhar um pouco a audição. Mas, tendo Abbath no palco, muitas coisas podem ser deixadas de lado. Afinal, o cara é um showman como poucos! Suas expressões faciais, suas mundialmente famosas dancinhas são, além de pontos altos do show, momentos mais do que aguardados. Tanto que, no início de Call of the Wintermoon, quando ele fez a aguardadíssima “dança do siri”, foi possível ouvir muitos gritos, quase como a marcação de um gol! Confesso que eu fui um dos que reforçaram o coro! (rs) A verdade é que Abbath (voz/guitar) e Apollyon (baixo) possuem um total controle sobre os espaços do palco. Não bastando, ainda fazem inúmeras micro coreografias juntos, durante todo o set. A disposição nas laterais dos microfones faz e permite com que Abbath se desloque de um lado para outro todo o tempo, sem preocupações de voltar para ponto X ou Y. E também deixa a área de visão da bateria sempre aberta, coisa rara em qualquer banda. Isso mostra claramente que, apesar de todo o aspecto caricato que marcou a ferro quente o Immortal, a banda é extremamente profissional. Performática, musical, pesada, e definitiva! O set seguiu-se, e podemos destacar um momento máximo da apresentação. Durante a execução de Tyrants, após o segundo refrão, a banda simplesmente parou a música, e Abbath se jogou no chão com as pernas abertas e levantadas! Impossível alguém que se leve a sério fazer algo assim num show! Sentou no palco e pediu silêncio. Quando todos finalmente entenderam o que ele queria e o silêncio se fez presente, ele num movimento seco levantou-se, e levantou os braços, para que todos gritassem. Repetiu isso por três vezes, e em cada uma “micagem” diferente acompanhava o movimento. O público presente foi ao delírio! E sempre que pôde Abbath buscou esse tipo de reação. Após a execução de Blashyrkh (Mighty Ravendark) a banda saiu, para voltar com mais três músicas no bis, e encerrou o show com The Sun no Longer Rises.

A verdade a ser dita aqui é que todos estávamos diante de uma lenda, que reinventou o Black Metal. Uma figura que se aceita caricata dentro de um estilo permeado por extremismos e atitudes imbecis em nome desse extremismo. Onde você sequer pode sorrir em um show sob a “pena” de ser execrado por isso. Abbath criou uma nova forma de se colocar no meio disso. Mantendo uma sonoridade característica, com muito peso e velocidade, mantendo a mesma temática gélida que toda boa banda norueguesa usa, apresentou ao mundo uma nova abordagem do estilo. Aquele que entende que a caricatura é inerente, e usa isso a seu favor. Suas dancinhas, ridículas até certo ponto, reforçam e corroboram definitivamente essa postura. E são o ponto alto de sua performance. E, se Abbath e sua “horda” se levassem a sério, talvez não tivessem metade da visibilidade, procura e RESPEITO que possuem. Para mim isso foi além de um show, uma lição. Uma forma de se olhar algo desgastado e até em certos momentos imbecil, de uma forma agradável, divertida e marcante. Um dos melhores shows do ano. Um dos mais fudidos shows do ano! Daqueles para você contar naquela roda de amigos muitos e muitos anos depois. Hail Abbath! Hail Immortal!

Set List:

All Shall Fall
Sons of Northern Darkness
The Rise of Darkness
Damned in Black
Triumph
In My Kingdom Cold
Tyrants
The Call of the Wintermoon
Beyond the North Waves
Battles in the North
Blashyrkh (Mighty Ravendark)
Bis:
Withstand the Fall of Time
One by One
The Sun No Longer Rises

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Threat/Sepultura/Machine Head – Via Funchal – 14/10

Trabalho: reportagem
Mídia Credenciada: Portal do Inferno
Bandas: Machine Head (EUA), Sepultura (Brasil) e Threat (Brasil)

Uma noite de celebração. Três nomes de (literalmente) muito peso juntos, em um único lugar, para fazerem aquele que, antes mesmo de seu início, já era classificado como um show histórico. E realmente o foi.

Threat

Por volta de 20h10 teve início a destruição sonora da noite. Os responsáveis foram os paulistanos do Threat, ótima banda que vem crescendo e fortalecendo seu nome na cena pesada do país. Formada por Guizão Menossi (vocais), Andre Curci e Wecko (guitarras e vocais), Fábio Romero (baixo e vocal) e Edu Garcia (bateria), o quinteto, durante pouco mais de meia hora, mostrou um som poderoso, coeso, rápido agressivo. A nota realmente positiva foi a resposta do público. Sim, naquele momento era pequeno, talvez não mais do que um terço dos que viram a banda principal ao fim da noite. Porém, estes puderam presenciar uma grande apresentação, e retribuíram isso de uma forma muito positiva. A noite apenas começava, e tudo por ali já tremia.


Sepultura

21h15 e o palco era tomado pelo maior expoente dentro do Metal nacional. O Sepultura dispensa qualquer apresentação e comentário maior. Fizeram uma breve intro instrumental para “aquecimento”, e isto já bastou para que a primeira roda fosse aberta e o público começasse a transformar a frente do palco em um inferno! Assim que Derek apareceu a frente e saldou a todos, o show em si começou, e não poderia ter começado de forma mais devastadora: Arise. Nesse momento, este que vos fala estava posicionado bem a frente do palco, tentando algumas fotos. Não foi possível permanecer ali e trabalhar, ao mesmo tempo. Incrível como basta o som do Sepultura se fazer ouvir para que a insanidade tome conta de todos! Durante uma hora e meia e dezenove músicas executadas, todos ali foram brindados com tudo aquilo que elevou o Sepultura ao patamar de lenda: peso, velocidade, agressividade e muita simpatia. Poder ver Andreas no palco é uma experiência única. Ele não precisa pronunciar uma palavra para ser reverenciado. Por onde ele se desloca no palco, uma multidão se aperta e o saúda. E ele, muito simpático, sempre se comunicando com todos, entregando palhetas nas mãos de alguns poucos escolhidos, vai criando um clima cada vez mais próximo entre banda e público. Ouviu-se desde clássicos como Refuse/Resist (que pode ser conferido no vídeo ao fim da matéria), Dead Embryonic Cells e Territory, até músicas de seu último trabalho, como Kairos (faixa título do álbum), Relentless e Seethe. E em momento algum a banda deixou a peteca cair. Ou deveria dizer que isso foi responsabilidade do público? Talvez, o mais justo seja fazer a divisão equalitária dessa responsabilidade! Grande show, de uma lenda que continua viva. E muito!


Machine Head

23h20. Esse foi o horário que marcou o encerramento de uma lacuna de 20 anos. Vinte longos anos, desde que o Machine Head fez sua estréia, até o momento em que finalmente se fez ver e ouvir num palco em terras brasileiras. Era notório como muitos ali estavam até de forma apreensiva aguardando por esse show. Uma certa aura insana podia ser sentida antes mesmo do início do show. E, pela também hora e meia que o set list se estendeu, o que se pode ver foi exatamente isso: insanidade. Também muito bem dividida entre banda e público. O Machine Head, que hoje é formado por Robb Flynn (guitar/vocal), Phil Demmel (guitar), Adam Duce (baixo) e o monstro Dave McClain (bateria), escolheu Imperium para ser o som inicial do massacre. Aqui cabe um comentário: o som estava muito mais alto que durante o show do Sepultura (e em minha opinião, pior. Durante o Sepultura ouvia-se mais nitidamente o que acontecia no palco). Esse som mais alto, batendo nos ouvidos dos presentes, ajudou a criar o clima insano da noite. Verdade precisa ser dita: a banda manteve uma postura extremamente democrática no palco. Raramente via-se alguns dos membros se deslocando por ele. Uma postura quase fria, para quem não é doente pelos caras e estava assistindo a apresentação “sem o coração”. Com exceção de Dave, que transpira energia e vigor através de suas baquetas, fazendo seus tambores soarem como verdadeiros tambores de guerra, onde seus bumbos muitas vezes soam como metralhadoras, o resto da banda possui realmente uma postura bem apática. Porém, isso em nada influencia negativamente a execução das músicas. Muito pelo contrário! Robb toca e principalmente canta com uma garra poucas vezes vistas antes! Aquilo, de certa forma, traz o público para junto da banda, que durante quase todo o set cantou em coro todas as letras. A frente do palco, que já havia se tornado uma praça de guerra desde o show do Sepultura, continuou no mesmo clima. E após a execução de Davidian, a banda encerrava esse tão esperado momento. Mas não sem antes Robb permanecer sozinho no palco, por alguns minutos, agradecendo veementemente ao público, onde pode ser visto um largo e sincero sorriso em seu rosto.


Uma noite para entrar para a história da música pesada do Brasil. Uma noite para marcar época na mente de muitos que ali estiveram. O Via Funchal tremeu talvez como nunca antes. Alguns acharam que o cast poderia ser invertido, e que o Sepultura poderia ter fechado a noite. Comentário que apenas reforça a mística do S. Outros certamente acham isso um absurdo, e querem apenas se banhar da felicidade de uma espera de vinte anos finalmente ter sido encerrada. A verdade é que o Thrash Metal está vivo. E destruidor como sempre!

Set-list Sepultura:

1. Intro
2. Arise
3. Refuse/Resist
4. Kairos
5. Just One Fix (Ministry cover)
6. Dead Embryonic Cells
7. Convicted in Life
8. Attitude
9. Choke
10. What I Do!
11. Relentless
12. Firestarter (The Prodigy cover)
13. Troops of Doom
14. Septic Schizo / Escape to the Void
15. Meaningless Movements
16. Seethe
17. Policia (Titãs cover)
18. Territory
19. Inner Self
Bis:
20. Roots Bloody Roots

Set-list Machine Head:

1. Imperium
2. Beautiful Mourning
3. Locust
4. The Blood, the Sweat, the Tears
5. I Am Hell (Sonata In #C)
6. Bulldozer
7. Old
8. Aesthetics of Hate
9. Darkness Within
10. Ten Ton Hammer
Bis:
11. Halo
12. Davidian

Link da matéria:
http://www.portaldoinferno.com.br/reviews/reviews-shows/1578-sepultura-e-machine-head-via-funchal-sao-paulosp.html#.Ui_3wn9XpnU

domingo, 9 de outubro de 2011