sábado, 19 de junho de 2010
Lacuna Coil – Espaço Lux (SBC) – 19/06/10
Gostaria de começar essa resenha com uma frase dita por mim, um dia antes do show, em tentativa de posicionar a pessoa que conversava comigo diante de minha ansiedade que, naquele momento, quase me fazia passar mal: Me deixa, por favor! Essa é a última das grandes, a última que fiquei mais de década esperando para ver. Já que não vou sentir isso nunca mais nessa vida, me deixa!
E foi nesse clima que vivi os últimos meses, desde o dia em que comprei o ingresso (no 1° dia de venda), até o momento em que eles subiram ao palco: ansiedade plena, quase doentia. Sempre os tive entre meu TOP 3, mas acredito que as circunstâncias tenham aflorado demais isso. Após “uma vida” dedicada ao Metal, com acredito mais de cem bandas assistidas, em todas as casas de show possíveis, com todos os grandes festivais nacionais no curriculum, faltar uma das bandas que fizeram trilha sonora de sua vida é algo que realmente coloca qualquer um no estado em que me encontrava.
Cheguei ao Espaço Lux, em São Bernardo, faltando menos de uma hora para o horário previsto para o início do show (20h). Sabia que não haveria mais banda de abertura (problemas internos de saúde com o Semblant), o que me deixou mais “tranquilo” (se é que essa palavra coube em algum segundo de meu sábado!) sobre chegar lá em cima da hora.Por volta de 20h15, a música mecânica pára, a intro da tour do Karmacode é solta e a gritaria começa. Nesse momento, eu já estava em lágrimas. Um minuto depois, a mesma pára, e o som mecânico volta. Sem ter a mínima idéia do que acontecia, esperamos coisa de mais 15min e aí sim, o show começava para valer! Abriram com I Survive, e vê-los em cima do palco soava a mim como um sonho sendo vivenciado! Era simplesmente inacreditável estar lá, entoando aquele refrão pegajoso junto com todas as pessoas que estavam certamente tão esfuziantes quanto eu! Na sequência Underdog, que confesso não ser de minhas preferidas, mas que funcionou bem ao vivo. Após esta, a 1ª das antigas, Closer. Após essa, Cris Scabbia faz um belo discurso sobre saber viver a vida e encarar tudo de frente, e então mandam I`m not Afraid. Sensacional! Na sequência, Fragments of Faith, e o show começava a ganhar uma força incrível! Após essa, foi a vez de Andrea falar com o público e anunciar duas do Unleashed Memories. Mas espera, duas? Eles vinham tocando apenas uma! Devo ter estampado um sorriso monstro nesse momento, já que o citado álbum é o meu preferido. E eis que vem a surpresa: 1.19. Fantástico! Jamais imaginei ouvir essa música ao vivo. Uma parte de minha vida passando diante de meus olhos com essa trilha sonora. Nesse momento, metade de minha voz já havia virado lenda. Na sequência, uma das que não poderiam faltar: Senzafine. Lindo, simplesmente! Após essa, um dos pontos mais altos do show: I Won`t Tell You, que é uma baita música e funcionou maravilhosamente bem ao vivo! Me acabei de dançar nesta. Sim, dançar! Pois essa música pede isso! Mais um discurso, dessa vez uma homenagem as três perdas irreparáveis do meio Metal no último mês (encabeçadas por Dio), e eles mandam o hino Heaven`s a Lie. Nesse momento fui até o banheiro “tomar um banho” rápido, e lá de dentro pude ouvir a platéia entoando o refrão de forma uníssona. Lindo! Após esta a banda sai do palco, sem dizer nada.
Voltam com apenas quatro membros no palco, e executam Wide Awake, primeiro momento “guenta coração” para esse que vos escreve. Essa letra diz muito para mim, e chorei a música inteira, enquanto tentava manter os olhos abertos e algum arremedo de voz saindo de minha boca. Inesquecível! Após essa, Fragile, que é uma boa música e funciona, seguida pela pedrada To the Edge, essa de uma força incrível! E então o momento pelo qual eu mais esperava. Sem anúncio algum além dos quatro toques no chimbal do Criz, eles iniciam When a Dead Man Walks. Cara, essa música marcou um momento decisivo de minha vida. Lembro que eu a ouvia repetidas vzs, muitas vzs ao dia, durante muito tempo. E agora estava ouvindo ao vivo. Mal consegui abrir meus olhos, de tanto que chorava! Foi lindo, inesquecível, foda demais! Na sequência The Maze e mais um hino: Swamped. Mais uma comunicação de Cris com o público, e eles mandam um dos melhores covers já gravados: Enjoy the Silence. E aqui estava a pausa que anunciava que faltava apenas o bis para o fim do sonho.
Voltam para o palco com a linda Not Enough, seguida da paulada Spellbound, que funciona maravilhosamente ao vivo. E, com aquele discurso característico de sermos “o melhor público do mundo”, e que “eles lamentam muito ter demorando tanto para virem aqui, mas que certamente essa foi apenas a 1ª vz”, anunciam a derradeira Our Truth
A impressão deixada é a de que a banda funciona perfeitamente ao vivo. Com uma sonoridade fiel ao estúdio, porém com todo o feeling que um show pede. Foi incrível! Valeu cada segundo de espera!
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