(Trabalho para o Portal do Inferno)
Finalmente os fãs brasileiros tiveram a oportunidade de ver Angela Gossow e sua trupe destruindo tudo em terras tupiniquins. Pela primeira vez no Brasil, o Arch Enemy realizou um show devastador. Depois de algumas mudanças de datas, esse show que era originalmente para ter sido realizado em 2005, teve finalmente sua data fixada para 01 de Fevereiro, uma quinta-feira. Quando houve a primeira mudança de datas, ouvi um boato que havia sido pela baixa procura de ingressos. Isso me fez temer pelo sucesso desse show. Se isso fosse verdade, aliado ao início do ano, época que geralmente os bolsos estão mais vazios, e numa quinta-feira, as perspectivas não eram as melhores. Mas, como todo bom boato, não passou de um boato, e o que se pode ver foi um enorme público que não chegou a lotar o Via Funchal, mas com certeza também deixou longe a idéia de que a banda talves não tivesse um público tão forte por aqui. E um público realmente fiel, todo “uniformizado”, muitas camisetas da banda, principalmente do último trabalho, que cantaram e agitaram todo o tempo do show.
Mas falando diretamente do que interessa, as apresentações. Devido a um pequeno atraso em meu credenciamento, que diga-se não foi culpa da casa, eu acabei perdendo uma parte do show do Ungodly. Aqui cabe um comentário. O Via Funchal deve ser provavelmente a melhor casa de espetáculos da capital paulista. A organização é excelente, os seguranças são educados, a casa em si é muito boa, podendo-se apreciar o espetáculo de todos os lugares da pista. A iluminação da casa durante os shows foi perfeita, e minha única ressalva fica, infelizmente, em relação ao som, que estava um pouco estourado. Fato que deixou o som da excelente banda baiana de Black Metal Ungodly um tanto quanto embolado. Mas, como todos sabemos que banda de abertura serve principalmente para sanar os problemas técnicos para a banda principal, nada de se surpreender. A banda realizou uma boa apresentação (ao menos a parte que consegui ver), com um grande pano de fundo no palco, que criava um clima realmente profano dentro do Funchal. Cumpriram seu papel com maestria.
Pouco menos de uma hora depois, com algumas luzes ainda acesas, tem início o show principal. Com a introdução do último álbum, Doomsday Machine, aos poucos podíamos ir decifrando as sombras dos músicos do Arch Enemy no palco, que muito em breve já não estaria mais “em pé”! Nemesis foi a música escolhida para iniciar o massacre sonoro aos fãs brasileiros. E, a partir desse momento, o que todos puderam ver foi uma banda coesa, rápida na medida certa, pesada na medida certa, carismática na medida certa! Mas infelizmente os problemas com o som não foram sanados, e o show seguiu com o mesmo bem embolado as vezes. Fazendo aquele teste de tapar os ouvidos, recurso básico para se decifrar melhor quando o som está assim, podia-se perceber que estava tudo em ordem: a bateria estava nítida, os instrumentos equilibrados, mas o som geral, que chegava até nós na pista, infelizmente estava naquela situação. Agora, eu pergunto: será que alguém se importou com isso? Por que o que pude perceber foi uma empolgação geral constante, coros dos refrões, ovação. Seguindo por clássicos da banda e sons do último álbum, a banda conduziu de forma perfeita essa apresentação. Angela se mostrou simpática com o público, embora tenha conversado muito pouco com o mesmo. Mas, sua presença de palco é fantástica, mostrando-se além de uma brutal vocalista, contraste latente com sua beleza, uma das melhores front womans do momento. Sete músicas depois, passando por Enemy Within, Dead Eyes see no future e Diva Satânica, por exemplo, inicia-se o primeiro solo do show, o de Daniel Erlandsson (bateria). Um grande solo, que levantou o público para a animal Burning Angel. Mais duas músicas, e o primeiro solo de guitarra, de Fredrik Akesson. Para sorte de todos, um solo curto, que diga-se foi um cuidado inteligente da banda, pois solos costumam “matar” o público. Mais uma vez, o solo dava início mais um petardo, Bury me na Angel. Na seqüência a clássica Revenous, destruidora, e o solo de Michael Amott, que levou diretamente a Dead Bury their Dead. Snowbound na seqüência e We will rise vinha para finalizar a apresentação. Mais um exemplo de simpatia, toda a banda reúne-se a frente do palco e, após jogar algumas palhetas e baquetas, todos dão as mãos e saúdam ao público, muito provavelmente em êxtase, apesar da falta de várias músicas. Mas, qual fã que não acredita que sempre faltaram músicas ao fim de um show?!
SET LIST:
Intro do CD Doomsday Machine
Nemesis
Enemy Within
Dead Eyes See no Future
My Apocalypse
I Am Legend/ Out For Blood
Diva Satanica
Skeleton Dance
Solo Batera (Daniel)
Burning Angel
The Immortal
Hybrids of Steel
Solo Guitarra (Fredrik)
Bury Me an Angel
Revenous
Solo Guitarra (Michel)
Dead Bury Their Dead
Snowbound
We Will Rise