sábado, 23 de setembro de 2006

Setembro Negro - Led Slay - 23/09/06

(Trabalho para o Portal do Inferno)



No último sábado, dia 23/09, aconteceu a quinta edição do Setembro Negro, festival que tem por ideologia proporcionar ao público o melhor do Black Metal mundial. A edição desse ano contou com seis bandas nacionais, mostrando que a força do Metal Extremo nacional aumenta cada vez mais. Infelizmente para as nossas bandas, o tempo reservado a eles foi extremamente curto, e todas mal puderam apresentar cinco músicas, dependendo da duração de cada uma. Em uma visão pessoal, devido a qualidade que pude perceber nas bandas assistidas, que posso garantir foi muito alta, nossas bandas mereciam um pouco mais de atenção. Talves diminuir a quantidade de bandas para uma próxima edição do evento, talves estender sua duração, para que cada banda tenha um pouco mais de espaço para mostrar seu trabalho. Esse ano, as escolhidas para representar o país foram: Gestos Grosseiros, Thou Supreme Art, Perpetual Dusk, Vulture, Absolute Disgrace. Poderia citar como destaque as apresentações das bandas Perpetual Dusk e Vulture, pois apresentaram composições realmente de muita qualidade e técnica. A organização para a troca das bandas no palco foi impecável, dando boa dinâmica ao evento. Mas como todas as atenções estavam voltadas as bandas internacionais, o público apenas se aglomerou realmente nas últimas três apresentações: Funerus, Incantation, e a apresentação mais esperada da noite, Dark Funeral.

A banda Funerus apresentou uma surpresa: dois integrantes do Incantation, John Mcentee e Kyle Severn (guitars e bateria, respectivamente). Formando o line up, Jill Mcentee (baixo e voz), que é esposa de John. E o que a banda apresentou foi um Death Metal das antigas, com uma grande influência Doom em determinadas passagens, deixando seu som arrastadão e muito pesado. Em mais ou menos quarenta minutos de palco a banda segurou o público com facilidade, principalmente no momento em que Jill bradou a todo pulmão que quem estava ali não era o Nightwish! O vocal de Jill é muito interessante, gutural mas com personalidade feminina. Uma ótima banda e um bom show.

Na seqüência, Incantation. Divulgando seu mais recente trabalho, Primordial Desolation, a banda destilou por quase uma hora seu set list com novas canções inéditas e seus clássicos. O baixista Joe roubou a cena em muitos momentos, com uma presença de palco até surpreendente para bandas do gênero. O cara simplesmente preenchia todo o espaço frontal do palco, em um deslocamento e agitação constantes. Junto ao peso e velocidade nas medidas certas, o Incantation, que levou boa parte do público ali presente, pois pude ver muitas camisetas deles desfilando pela pista, soube fazer um excelente show, certamente agradando a todos que ali estavam, assim como eu. No set list, músicas como Primordial Domination, Dying Divinity, Hail Babylon,The Ibex Moon, Shadows From the Ancient Empire, Rotting With Your Christ, entre outras.

Para fechar a noite, os suecos do Dark Funeral. E já subiram ao palco com o público ensandecido, gritando o nome da banda com aquele velho e bom sotaque tupiniquim... palco montado, introdução terminada, entra a banda para arregaçar tudo o que havia em sua frente. Com um som brutal, rápido e preciso, o Dark Funeral executou em pouco mais de uma hora, contando com o bis, um set list devastador. A banda não possui, ou ao menos não demonstrou nessa noite, presença de palco alguma. Todos permaneceram em seus respectivos lugares durante todo o show. Mas uma coisa que me chamou a atenção foi que o vocalista Emperor Magus Caligula não possui aquela atitude que para mim chega a ser babaca de falar com o público com aquele tom gutural e pose de “mausão”. Falou com seu tom de voz normal, com uma postura normal, o que deu um tom diferenciado a seu show. O detalhe é que quando abria a boca ao microfone, o que se ouvia era um dos vocais mais ensandecidos que já presenciei ao vivo. Devastador! No set list, petardos como King Antichrist, The Arrival of Satans Empire, Open the Gates, The Secret of the Black Arts, 666 Voices Inside, Mt Dark Desires, entre outras que fizeram a Led Slay tremer.
Certamente um grande festival, onde a única ressalva que eu faço é o espaço para as bandas nacionais.